O projeto Histórias da Nossa América reúne nove textos dramatúrgicos de nove países latino-americanos diferentes
A próxima leitura encenada do projeto Histórias de Nossa América, do Coletivo Labirinto, acontece no dia 24 de fevereiro, às 20h pelo Zoom.
Ao final de cada leitura, o Coletivo mediará uma reflexão com o público sobre os dispositivos e procedimentos dramatúrgicos de cada obra, bem como de suas temáticas e abordagens.
Os encontros serão às quartas-feiras, a partir das 20h, e acontecerão por uma plataforma de vídeo-chamada. A entrada é gratuita. Para participar, basta preencher breve inscrição que será disponibilizada nas redes sociais do Coletivo no início de cada semana de evento. O Coletivo Labirinto, núcleo de pesquisa e criação cênica que investiga a relação dos sujeitos com o seu panorama social através da dramaturgia latino-americana contemporânea, foi selecionado pela 35ª. Edição do Fomento ao Teatro Para a Cidade de São Paulo para a realização do seu projeto “Histórias de Nossa América”.
“Histórias de Nossa América” é o nome dado para o conjunto de ações continuadas do Coletivo que se estenderá de agora até o início de 2022, e que incluem a montagem de dois espetáculos inéditos, a circulação de seu repertório por escolas públicas, um laboratório continuado de pesquisa aberto ao público, a criação e lançamento de seu site, a primeira edição da Revista impressa O Labirinto e um Ciclo de Leituras Encenadas de dramaturgia latino-americana. Em comum, todas as ações têm como referencial o diálogo histórico, social e político das “Crônicas de Nuestra América” que Augusto Boal escreveu quando exilado pelo regime militar brasileiro nos anos 70 com os dias de hoje - de processos políticos conturbados novamente pelo fantasma da repressão, em paralelo a um cenário artístico efervescente.
CICLO DE LEITURAS ENCENADAS – FASE 03 – FEVEREIRO DE 2021
24/02 – SÊMEN, de Yunior García Aguilera – Cuba (2012); direção: Joana Dória
Parte do decálogo “As 10 Pragas”, a trama de Sêmen gira ao redor de uma família disfuncional - uma mãe que já não está mais, um pai anacrônico e duas filhas que veem o assassinato e a prostituição como formas para tentar sair do país. A violência e o crime constituem um denominador comum da ação, que evidencia discussões e pontos sociais delicados.
03/03 – LAPEL DUVIDE, de Vanessa Vizcarra – Peru (2017); direção: Rubens Velloso
Lapel nasceu com uma condição específica: toda vez que olha para o vazio, sente vontade de se lançar. Não se sente atraído pela morte, mas pela queda. Ele vive com essa condição, evitando todos os acidentes possíveis, mas está se tornando cada vez mais difícil. Lapel vive em uma cidade que está sob um regime político autoritário, a população está insatisfeita, entretanto é difícil rebelar-se.
10/03 – VIENEN POR MI, de Claudia Rodriguez – Chile (2018); direção: Janaína Leite
A obra nasce da necessidade de conquistar uma voz gestada há mais de 20 anos, fruto de um devir da artista transgênere Claudia Rodriguez cujo objetivo é incentivar a biografia de travestis, transgêneros e transexuais, fazendo disso uma ferramenta política para quem ainda não disse nada. "Vienen Por Mi" é um texto de poesia e denúncia, que traz um convite para perturbar a autoridade vigente de forma rude e coreográfica. É um ensaio inesgotável entre arqueologia, maquiagem e filosofia travesti, para propor metáforas que produzem pontes entre imagens e textos de xamãs, deusas, virgens, santas e loucas, num único corpo. Com: Fábia Mirassos.
FICHA TÉCNICA – CICLO DE LEITURAS ENCENADAS – HISTÓRIAS DE NOSSA AMÉRICA
ELENCO: Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez, Fábia Mirassos, Jhonny Salaberg, Marina Vieira, Ton Ribeiro e Wallyson Mota
DIRETORES CONVIDADOS: Malú Bazan, Érica Montanheiro, Lavínia Pannunzio, Carlos Canhameiro, Rudifran Pompeu, Dagoberto Feliz, Joana Dória, Rubens Velloso e Janaína Leite
AUTORES: Dione Carlos (Brasil), Tânia Cárdenas Paulsen (Colômbia), Mariano Tenconi Blanco (Argentina), Gabriel Calderón (Uruguai), Ana Melo (Venezuela), Aristides Vargas (Equador), Yunior García Aguilera (Cuba), Vanessa Vizcarra (Peru) e Claudia Rodriguez (Chile).
TRADUÇÃO: Coletivo Labirinto e Malú Bazán
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