Texto tem como ponto de partida o universo das amantes - ou da condição das amantes ao longo da história.
Foto: Divulgação
O trabalho parte da autobiografia da atriz, mas já de início, deslocada para um universo onírico, surreal e mitológico, a partir dos seus sonhos com o Apocalipse, que são narrados e dramatizados, misturando realidade documental, ficção e uma dose de sarcasmo.
A performatividade, a dança, o recurso de materiais e situações que presentificam a atriz e o público num jogo interativo e irrepetível também são pontos essenciais para a criação cênica e dramatúrgica de "Vaca". Exemplo disso é o estabelecimento de uma espécie de santa ceia, que na verdade se transforma num “bate-papo online” onde o público é convidado a discutir sobre “infidelidade” de forma anônima. Nesse sentido, estamos falando de uma dramaturgia em que a presença do público soma sentidos e conteúdos para a obra.
Além da referência autobiográfica, a criação dramatúrgica utiliza-se de outros autores como inspiração, entre eles Gustave Flaubert, com sua "Madame Bovary", Elisabeth Abbot, com seu compêndio "Amantes: uma história da outra", onde retrata a biografia de várias amantes desde a Antiguidade até os anos 60 e Esther Perel, com seu diário de psicoterapia com casais que passaram por situações de infidelidade, "Casos e Casos". Outras referências são o universo da mitologia grega com suas histórias de amor e traição, em especial a história do triângulo Zeus- Hera- Io (também retratada na peça "Prometeu Acorrentado", de Ésquilo).
Foto: Divulgação
Neste mito, Hera, transforma a amante de Zeus, Io, num vaca branca. E por último, a Bíblia, que possui histórias, parábolas e mandamentos muito precisos a respeito deste tema. "Vaca" teve sua primeira abertura de processo em dezembro de 2019, dentro da programação da Mostra dos Núcleos de Pesquisa, orientada por Janaína Leite (Grupo XIX de Teatro). Nesse núcleo, a atriz levava suas propostas cênicas e o grupo de pesquisa fazia provocações e observações diversas, colaborando amplamente para o desenvolvimento do trabalho.
A atriz também ensaiou, durante 6 meses, no Centro de Referência da Dança, onde ensaiava e compartilhava o material cênico com outras artistas parceiras, entre elas: Debora Rebecchi, Thiane Nascimento, Tatiana Caltabiano, Fernanda Stefanski, Paula Petreca, Emilene Gutierrez, entre outros.
Foto: Divulgação
Realizou em 2020, duas aberturas de processo de forma remota, uma delas no projeto Terça Aberta, da Cia. Fragmento de Dança e outra na Mostra Mulheres em Cena, respectivamente nos meses de agosto e novembro. Em abril de 2021 também apresentou no Festfim - Festival do Fim do Mundo, de forma remota e no Festival de Tirandentes.
Ficha técnica:
Direção, atuação e dramaturgia: Bruna Betito
Dramaturgismo: Debora Rebecchi
Orientação cênica: Janaína Leite
Preparação corporal: Thiane Nascimento
Adereços em arame: Ítalo Iago
Video: Tatiana Caltabiano
Luz: Daniel Gonzaléz
Técnica de luz: Angel Taize
Operação de som e projeção: Carlos Jordão
Figurino:Silvana Carvalho
Contrarregras: Emilene Gutierrez, Rafael Costa e Debora Rebecchi Realização: Al Borde _ plataforma de criação
VACA
Apresentações: Dias 30 e 31 de Julho
Horário: Sábado, às 20h30 | Domingo, às 19h
Local: Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia) | Compre aqui
Commentaires