top of page

No centenário de Dias Gomes, Ricardo Grasson dirige versão musicada do clássico "O Bem Amado"

Espetáculo tem letras e músicas de Zeca Baleiro e Newton Moreno e estreia em Agosto no Sesc Santana


Foto: Ronaldo Gutierrez


Considerado um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, Dias Gomes (1922-1999) celebraria seus 100 anos em 2022. E, para marcar essa data, o diretor Ricardo Grasson estreia uma adaptação musicada de uma das maiores obras do autor baiano, O Bem Amado. Com produção de Rodrigo Velloni, o espetáculo estreia no Sesc Santana


Escrita em 1962, “Odorico, o Bem Amado, ou Os Mistérios do Amor e da Morte” é considerada um clássico do teatro moderno brasileiro e ficou bastante conhecida pelo grande público ao ser adaptada na primeira telenovela exibida em cores no Brasil e a ser exportada. A versão, exibida pela TV Globo em 1973, era dirigida por Régis Cardoso e estrelada por Paulo Gracindo, Lima Duarte, Jardel Filho, Sandra Bréa, Ida Gomes e outros grandes atores.


Foto: Ronaldo Gutierrez


“O Bem Amado é um marco do realismo fantástico brasileiro. Dias Gomes toca com o sincretismo peculiaridade e maestria, em temas mais que atuais e fundamentais para a informação e a formação de gerações, como a crítica contestadora, o tom sarcástico e demagogo, a política, os costumes moralistas, a diversidade, religioso, a relação entre homens e o poder subversivo e todas as suas consequências”, reflete o diretor Ricardo Grasson.


Ele ainda conta como decidiu montar esta obra: “Foi em uma entrevista, em um canal na internet, que ouvi o Cassio (Scapin) contando da vontade de representar o personagem Odorico Paraguaçu, pela importância do autor e do texto na atual situação em que nós, como cidadãos e artistas, nos encontrávamos. Liguei para o Cassio, nos conhecemos há alguns anos e durante este período de pandemia fizemos alguns trabalhos juntos, então fiz o convite: O que você acha de montarmos O Bem Amado? Ele disse sim!”.


A comédia satiriza o cotidiano de Sucupira, uma cidade fictícia no litoral baiano, onde vive o político corrupto e demagogo Odorico Paraguaçu. Como não há um cemitério na cidade, o que obriga os moradores a enterrar seus mortos em municípios vizinhos, ele se elege prefeito com o slogan “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”.


Fotos: Ronaldo Gutierrez


O grande problema é que não morre ninguém em Sucupira para que o cemitério seja inaugurado. E, para resolver esse dilema e não perder o apoio de seus eleitores, ele se alia ao terrível pistoleiro Zeca Diabo, que foi expulso da cidade. O que ele não sabe é que o matador não pretende matar mais ninguém, pois deseja virar um homem de Deus.


Para trazer ao palco a pequena, seca, rude, litorânea e quente cidade de Sucupira, Grasson conta que procurou referências nas bases do realismo fantástico. “Somos inspirados pelos filmes de Federico Fellini, pela xilogravura nordestina moderna com influência de obras de artistas como Speto, pelo teatro popular brasileiro e pelos movimentos e desdobramentos da confecção dos livros ‘pop up’ (tipo de ilustrações em dobraduras de papel que saltavam dos livros)”, revela.


Ele ainda acrescenta que busca uma encenação de contornos populares, vibrantes, alegres e tipicamente brasileiros. “Queremos uma encenação enraizada na cultura nordestina brasileira, na interpretação e composição visceral dos atores e na linguagem de alcance direto, popular”.


Foto: Ronaldo Gutierrez


E, sobre o processo de musicar a obra de Dias Gomes, o encenador comenta: “Incorporar na obra as músicas originais, somará nas nuances dramatúrgicas linguísticas típicas do autor, em brasilidades necessárias, transpondo para elementos e personagens da cultura nacional referências cotidianas e místicas, originárias nos personagens criados e descritos pelo autor”.


Ficha Técnica

Autor: Dias Gomes

Direção: Ricardo Grasson

Produção: Rodrigo Velloni

Letras e Músicas: Zeca Baleiro e Newton Moreno

Direção Musical: Marco França

Música Original (Instrumental): Marco França

Arranjos: Marco França e Zeca Baleiro

Cenário: Chris Aizner

Desenho de Luz: Cesar Pivetti

Figurino: Fábio Namatame

Direção de Movimento e Coreografia: Katia Barros e Tutu Morasi

Designer Gráfico: Ricardo Cammarota

Fotografia: Ronaldo Gutierrez

Preparação Vocal: Marco França

Visagismo: Alisson Rodrigues

Adereços: Kleber Montanheiro

Assistente de Direção: Heitor Garcia

Designer de Som: Fernando Wada

Produção Executiva: Swan Prado e Felipe Back

Assistente de Produção: Adriana Souza

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Assessoria Jurídica: Martha Macruz de Sá e Vinícius Precioso

Gestão Financeira: Vanessa Velloni

Idealização: Ricardo Grasson e Cassio Scapin

Administração: Velloni Produções Artísticas

Realização: Sesc São Paulo

Elenco: Cassio Scapin, Marco França, Eduardo Semerjian, Rebeca Jamir, Luciana Ramanzini, Kátia Daher, Ando Camargom, Heitor Garcia e Roquildes Júnior

Ator Convidado: Guilherme Sant’Anna

Músicos: Marco França, Bruno Menegatti, Daniel Warschauer e Roquildes Júnior


O BEM AMADO

Temporada: De 05 de Agosto a 11 de Setembro

Horário*: Sextas, às 21h | Sábados, às 20h | Domingos, às 18h

Local: Av. Luiz Dumont Villares, 579, Santana

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) | R$ 20,00 (meia-entrada) | R$ 12,00 (credencial plena) | Compre aqui

Duração: 100 minutos

Classificação: 12 anos



*Dias 02 e 09 de Setembro, sessão vespertina às 15h

Comments


bottom of page