Peça fica em cartaz no Centro Cultural São Paulo
Foto: André Nicolau
Escrita pela dramaturga estadunidense Cindy Lou Johnson, o drama Alaska ganha montagem inédita no Brasil sob direção de Rodrigo Pandolfo, que também está em cena ao lado de Louise D’Tuani. O espetáculo entra em cartaz no Centro Cultural São Paulo.
A peça se passa no estado do Alaska. Enquanto uma nevasca cai do lado de fora, Henry, uma figura solitária, é surpreendido por uma insistente batida na porta de sua cabana. Trata-se de uma visita desconhecida: Rosannah Deluce , uma jovem vestida de noiva que, após dirigir ininterruptamente por semanas, entra e se instala no local.
Foto: André Nicolau
Segundo Pandolfo, trata-se de uma peça sobre cura. Sobre dois personagens que estão congelados pelos seus traumas a ponto de procurarem alguma forma de isolamento que os prive de viver em sociedade.
Ambos estão feridos pela cruel montanha russa da vida, fugindo de relacionamentos, compromissos, responsabilidades e, se possível, de qualquer outro contato humano. Eles se veem presos no mesmo espaço-tempo, longe de tudo e de todos, sendo obrigados a conviver com suas verdades para, quem sabe assim, alcançarem essa possível cura.
"Neste lugar solitário e gelado, eles vão se desvendando e se aproximando. Eles se afetam, numa relação de atração e repulsa", conta Pandolfo. O diretor reforça que a relação do casal se passa em um tempo-espaço que não fica bem definido, podendo também servir como metáfora para esse encontro profundo que pode resultar na salvação do casal.
O cenário da peça exibe um chão coberto de neve, um tronco de madeira, um fogão e um baú. É neste lugar fumacento, quase onírico, que Henry e Rosannah acessam memórias, lembranças e também confusões sobre os motivos pelos quais foram traumatizados.
Foto: André Nicolau
"No texto há referências sobre um apagão branco, sobre a queda da neve, sobre um céu da mesma cor que o chão, dando a impressão de que as personagens voam, mas que ao mesmo tempo são atingidas pela gravidade e caem no chão gelado. Esse apagão branco pode ser lido como a paralisação em que eles se encontram", diz Pandolfo
O artista conta que é essa é primeira vez que dirige e atua num mesmo espetáculo. "A experiência está sendo ótima, mas também muito desafiadora - para ter essa visão do todo, me envolvo em dois tipos de ensaio - o ensaio para direção e outro para atuação", conclui.
FICHA TÉCNICA
Autor: Cindy Lou Johnson
Título Original: Brilliant Traces
Tradução: Luiza Vilela
Direção: Rodrigo Pandolfo
Elenco: Louise D'tuani e Rodrigo Pandolfo
Contrarregragem Performática: Gabs Ambròzia e Canafístula Lima
Assistente de Direção: Rael Barja
Preparação Corporal: Ana Paula Lopez
Cenografia: Miguel Pinto Guimarães
Desenho de Luz: Wagner Antonio
Figurinos: Jay Boggo
Trilha Sonora: Azullllllll
Operador de Luz: Dimitri Luppi
Operadora de Som: Jéssica Silva e Alírio Assunção
Cenotécnico: Bruno Portela
Fotografias: Patrícia Cividanes e André Nicolau
Identidade Visual: Patrícia Cividanes
Assessoria de Imprensa: Equipe D Comunicação - Berê Biachi e Canal Aberto - Márcia Marques
Produção: Corpo Rastreado - Leo Devitto
Administração: Os Satyros
ALASKA
Temporada: De 10 a 27 de Março
Horário: Quinta a Sábado, às 21 horas | Domingo, às 20h
Local: Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso
Ingressos: Gratuito | Bilheteria abre 1 hora antes da sessão
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos
Lotação: 70 lugares
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