Espetáculo "Entre-CY" estreia em outubro no Teatro Alfredo Mesquita
Foto: Noélia Najera
O movimento secundarista de 2015 e 2016, quando estudantes ocuparam as escolas públicas de São Paulo para protestar contra o desmonte da educação, serviu como inspiração para a criação do espetáculo jovem "Entre-Cy", do Grupo Teatral Saga.
O trabalho nasceu de um estudo sobre a peça “Cyrano de Bergerac”, do poeta e dramaturgo francês Edmond Rostand (1868-1918), iniciado em 2009, quando a companhia teve contato com o texto e apresentou experiências a partir da obra em eventos como o festival Satyrianas e a Bienal de Arte de São Paulo.
Durante a pandemia de Covid-19, os artistas voltaram a visitar o autor e começaram a investigar formas de diálogo da história com os dias atuais. Assim, em 2020, surgiu o projeto “A História de Cy”, construído com narrativas das questões que rodeiam o imaginário infanto-juvenil, mesclado com a teatralidade audiovisual e as memórias dos atores.
Foto: Noélia Najera
E, agora, “Entre-Cy” é criado como uma segunda proposta de diálogo com a juventude, trazendo como plano de fundo as circunstâncias precárias nas quais a educação pública se encontra e os protestos da juventude já mencionados.
A trama acompanha três amigos que estão no último ano do Ensino Médio e decidem se juntar para ocupar sua escola, que está abandonada pelo poder público. Três adolescentes enclausurados numa sala de aula, na luta legitimada por suas convicções, terão que enfrentar medo, ciúmes e segredos. Eles tentam permanecer unidos motivados pelo amor e pela amizade que construíram ao longo dos anos.
“Dentro da nossa ficção, essa é a última escola pública do país. Essa atitude deles é uma reação contra um projeto perverso de sucateamento do ensino público. Num primeiro momento, sozinhos, resolvem confrontar um ‘CYstema’ que quer privatizar e mercantilizar as relações entre professores, estudantes e a própria rede de educação. Ao longo dos dias na ocupação, eles percebem que não estão tão sozinhos assim”, antecipa o autor Felipe Dias Batista.
Foto: Noélia Najera
A ideia da peça, ainda segundo Batista, é discutir temas como a precarização do sistema de educação, as transformações difíceis da adolescência e a força do levante da juventude. “Em meio a todos esses confrontos externos e internos, as três amigues resgatam daquele espaço/memória que é o prédio da escola, seus anseios, angústias e segredos. São três jovens, tentando encontrar seu lugar no mundo e descobrindo juntes sobre o processo de amadurecer”, explica.
Em cena, os personagens constroem e desconstroem memórias daquilo que já viveram ali na escola, e do que não querem mais viver, antecipa o autor. “A encenação convida o espectador a olhar para uma sala de aula e recriar seu imaginário sobre aquele espaço. É um convite para que o público construa, junto com aqueles três adolescentes, uma nova forma de ver além dos muros da Escola”, acrescenta.
Ficha Técnica
Texto e Argumento: Felipe Dias Batista
Dramaturgia e adaptação coletiva do texto: Grupo Teatral Saga
Direção Cênica: Mônica Augusto
Elenco: Catarina Milani, Cícero de Andrade, Karla Mariana e Manu Figueiredo
Produção Executiva: Catarina Milani, Felipe Costa e Manu Figueiredo
Direção de Arte e Assistente de Produção: Adolfo Bortolozzo
Execução de Cenário: Urso Cenografia
Direção Musical: Laruama Alves
Trilha Sonora: Léo Nascimento
Operação de Som: Leandro Wanderley
Criação e Operação de Luz: Jean Marcel
Fotografia e Captação de espetáculo: Noélia Najera
Produção de vídeos: Diego Aristizábal
Edição de vídeos: Flávio Barollo
Operação de Vídeos: André Papi
Designer Gráfico: Vinícius Foscaches
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Mídias Sociais: Laysa Padilha
Agente de Formação de Plateia: Renata Garducci
ENTRE-CY
Temporada: De 01 a 9 de Outubro
Horário: Sábados e Domingos, às 16h
Local: Avenida Santos Dumont, 1770 - Santana
Ingressos: Gratuito | Distribuídos uma hora antes da sessão
Duração: 55 minutos
Classificação: 10 anos
Acessibilidade: 02 lugares para obesos e 02 lugares para cadeirantes
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