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Espetáculo "Vento" expõe diferentes facetas humanas em um universo pós-apocalíptico de aridez

O espetáculo utiliza o pole dance, variações de malabares, dança com acrobalance e menções a números aéreos.

Foto: Mariana Chama


Circo que mistura teatro, dança e música. Assim é "Vento", o novo espetáculo da Cia. Solas de Vento, no Tendal da Lapa, no Centro de Referência da Dança e no Teatro Municipal Flávio Império, de forma presencial e gratuito.


"Vento" retrata as tentativas de sobrevivência de um pequeno agrupamento humano contra as incertezas figuradas nas tempestades que os devastam. É uma poesia circense aliada à dramaturgia do gesto", conta Ricardo Rodrigues, diretor da companhia ao lado de Bruno Rudolf.


A partir do desejo de reunir alguns dos diversos números da trajetória da dupla e de aproximar artistas que sempre estiveram juntos com a companhia nesse período, Ricardo Rodrigues e Bruno Rudolf convidaram Mariana Duarte e André Schulle para integrar o elenco de "Vento".


Estabelecido o quarteto, os artistas foram para a sala de ensaio com o dramaturgo e poeta Bobby Baq para desenvolver o espetáculo, de forma colaborativa. Aos poucos, surgiram cenas e situações onde as personagens levantadas pudessem revelar e discutir as mais diferentes facetas humanas em um universo pós-apocalíptico de aridez e ventania.


Como forma de aprofundar a sua pesquisa cênica, gestual e imagética, a Cia. optou por não utilizar a palavra oralizada colocando o foco da criação no trabalho corporal dos intérpretes em diálogo com as melodias compostas pela musicista e pesquisadora Lívia Mattos e pelo músico Paulim Sartori que se uniram a equipe para criarem a trilha sonora original do espetáculo. É a primeira vez que os músicos trabalham com a Solas de Vento.


O projeto é contemplado pela lei de fomento ao Circo de 2020 da Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo.


A união na diferença


O sexto espetáculo da Cia. Solas de Vento propõe uma discussão de futuros possíveis, utopias e distopias, potências e impotências. O processo de criação do espetáculo começou em 2017, durante as comemorações de 10 anos da Solas de Vento e foi intensificado em 2018. Tudo isso em meio a inquietações e incertezas políticas e de uma tempestade midiática e ecológica (que perdura até hoje).


A dramaturgia traz quatro personagens, que representam arquétipos de diferentes formas de lidar com a realidade posta. São eles: a razão, a espiritualidade, a natureza e um que transita pelos três e faz a conexão com a plateia. Apesar de serem personagens muito diferentes, eles têm que conviver e enfrentar essa força que vem de fora - o vento - e que está ali para destruir. No olho do furacão, a união dessas quatro pessoas tão diferentes é uma forma de resistência.


E é em um furacão que o espetáculo começa. Em uma primeira tempestade, com os quatro personagens agarrados a uma estrutura aérea, um boxtruss autoportante, tentando manter-se vivo cada um com a sua verdade e ao mesmo tempo tentando conviver, apesar das diferenças.


Em cena são várias expressões utilizadas - circo, dança, teatro, música... Entre as técnicas circenses empregadas estão o pole dance (com mastro pendurado), variações de malabares (com objetos de cena como livros e leques), números de equilíbrio, dança com acrobalance e menções a números aéreos, como cordas e uma estrutura que relê um caleidoscópio.


Para criar os efeitos de ventania, há efeitos de luz e cenário, criados por Marcel Alani no desenho de luz e Luana Alves na co-criação da cenografia e produção de arte. Juntos eles trouxeram mobilidade, porosidade e dinâmica às imagens criadas não apenas pelos corpos dos artistas em cena como também as imagens projetadas em telas pelo espaço.


Fotos: Mariana Chama


Ficha Técnica

Criação e direção: Cia Solas de Vento

Dramaturgia: Bobby Baq

Elenco : André Schulle, Bruno Rudolf, Mariana Duarte e Ricardo Rodrigues

Direção de Arte: Luana Alves e Cia Solas de Vento

Desenho de Luz: Marcel Alani

Trilha Sonora Original: Lívia Mattos

Produção Musical: Paulim Sartori

Músicos: Lívia Mattos (acordeon e teclados), Paulim Sartori (contrabaixo, percussões, teclados e assovios) Filipe Assumi (violoncelos), Tomás Oliveira (taças e serrote)

Figurinos: Luana Alves e Cia Solas de Vento, Benê Calistro

Adereços: Reticências e Cia Solas de Vento

Fotografia Programa: Alessandra Haro e Cia Solas de Vento

Produção: Cia Solas de Vento


VENTO


Temporada:


Dias 07 e 08 de Outubro - às 19h

Local: Tendal da Lapa - R. Guaicurus, 1100 - Lapa

Lotação e Retirada de ingressos restritas às regras do local


Dia 16 e 17 de Outubro - às 16h

Local: Centro de Referência da Dança - Galeria Formosa Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo - Centro

Lotação e Retirada de ingressos restritas às regras do local


Dias 22 e 23 de Outubro - às 19h

Local: Teatro Flávio Império - Rua Prof. Alves Pedroso, 600 - Cangaíba

Lotação e Retirada de ingressos restritas às regras do local


Ingressos: Grátis

Duração: 50 min

Gênero: Circo

Classificação: Livre

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