Desde Janeiro, nas redes sociais do CPT_SESC, será publicado o nome de um livro referente à formação completa do ato.
Ser ator é mais que estar no palco e representar. Ser atriz é mais que decorar texto e obedecer marcações. Atuar está além de colocar em prática técnicas que são ferramentas no fazer teatral. O aluno ou aluna que chegava ao Centro de Pesquisa Teatral do Sesc – SP, admitido no curso de formação de atores, recebia um “passaporte”: uma lista de obras apresentadas como leitura obrigatória. Essa relação de livros do Antunes Filho que o aluno deveria ler para ser e estar naquele ambiente em plenitude, ainda que em toda sua complexidade, estará disponível para o público a partir de janeiro de 2021, nas redes sociais do CPT_SESC - semanalmente será mostrado um desses títulos, por meio do projeto “Leitura em Movimento”.
O curioso é que não são só livros sobre atuação, com técnicas cênicas. Mas uma literatura ligada à formação do ser humano como um todo. O que reflete o que está posto em cena pelo CPT_SESC: fazer questionamentos e reflexões sobre as angústias do ser humano.
Além dos livros de dramaturgia propriamente dita - de autores como Stanislawski, Brecht, Roubine, Bentley, entre outros -, a “biblioteca do Antunes” vai além. São mais de 40 livros, divididos entre introdutórios, fundamentais (este dividido em retórica, pós-modernismo e filosofia) e suplementares. Fazem parte desta lista obras como “O Poder do Mito”, de Joseph Campbell, “Taoísmo” e “Yin-Yang”, de J. C. Cooper, “Pós-Modernismo não é o que você pensa”, de Charles Lemert; “Além do princípio do prazer” e “O chiste e sua relação com o inconsciente”, de Sigmund Freud; “Tao da Física”, de F. Capra, entre outros tantos.
Foram 37 anos de parceria entre o Sesc São Paulo e o Grupo Macunaíma em que o coordenador Antunes Filho desenvolveu o método para o ator, bem como experimentou a linguagem teatral, encenando autores como Jorge Andrade, Nelson Rodrigues, Guimarães Rosa, Shakespeare, Eurípedes, Sófocles, Ariano Suassuna, Lima Barreto e Thornton Wilder.
Essa preocupação na formação humana por meio do teatro pode ser explicitada em diversas entrevistas concedidas pelo diretor - como este depoimento disponível na plataforma Sesc Digital em que Antunes fala sobre o CPT e a busca por uma metodologia de trabalho para ator, confira aqui.
Isso se mantém no cerne do CPT_SESC, com diferentes atividades com ações em seus cinco eixos orientadores: Formação de atores; Criação e experimentação; Dramaturgia; Cenografia; Memória, Acervo e Pesquisa.
Serviço
Leitura em Movimento
Sobre o CPT_SESC
O Centro de Pesquisa Teatral foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo das décadas, ganhou reconhecimento da crítica e de seus pares no Brasil e em outras partes do mundo como referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 36 anos. Agora, passado um ano da morte do diretor, o CPT propõe expandir suas ações em busca do constante desenvolvimento que o teatro contemporâneo exige, mantendo o diálogo com o seu legado.
Em tempos de distanciamento social, a programação do CPT_SESC acontece online, ampliando o acesso ao Centro que é referência da área teatral, formou mais de mil profissionais das artes cênicas e criou dezenas de espetáculos.
A programação, disposta em cinco eixos temáticos: Formação de Atores; Criação e Experimentação; Dramaturgia; Cenografia; e Memória, Acervo e Pesquisa, reúne artistas e técnicos com diversas formações, atuantes em diferentes instâncias da produção teatral, a fim de buscar a realização de um trabalho interdisciplinar a que sempre se propôs o CPT.
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