Espetáculos serão exibidos pela página do Youtube da Companhia
Foto: Bob Sousa
Formada por Fani Feldman, Rui Ricardo Diaz, Plínio Meirelles, Osvaldo Gazotti e Antonio Januzelli, a Cia. do Sopro tem como princípio uma dimensão temporal dilatada, onde o tempo processual de cada trabalho pulsa no tempo que dita a própria criação.
Para os criativos, “realizar essa mostra, principalmente em tempos onde a trajetória artística foi completamente abalada por conta de uma pandemia, onde os artistas da ‘presença’ foram diretamente arrancados do exercício de seu ofício, traz o vislumbre da continuidade do fazer artístico por meio de ação coletiva”.
Para além das apresentações, haverá um bate-papo com o público sobre cada um dos espetáculos, sempre no último dia de cada peça.
A HORA E VEZ
Exibição: De 08 a 11 de dezembro
Foto: Bob Sousa
“A Hora e Vez” conta a história de Augusto Matraga, o Nhô Augusto, “homem duro, doido e sem detença”. Depois de quase ser morto numa emboscada e perder seu poder de coronel, Nhô tenta recomeçar sua vida por meio da reclusão, do trabalho e da penitência.
O espetáculo “A Hora e Vez” foi criado dentro do Laboratório Dramático do Ator, de Antonio Januzelli. O Laboratório Dramático do Ator surge da inquietação de Januzelli diante da figura do homem/ator. A pesquisa tem como eixo central os estudos sobre o intérprete e os caminhos que o levam a um trabalho de interiorização e construção cênica. Durante os estudos não há preocupação com o tempo de processo, mas sim com a busca pela potência cênica de um criador que possa integrar à sua arte a relação direta com o vir e o devir que dá sentido e continuidade à sua própria existência.
O espetáculo estreou em 2014, no SESC Ipiranga, e em 2015 realiza nova temporada no Espaço Parlapatões. Em 2016, fez sua terceira temporada no Teatro do Núcleo Experimental. O espetáculo “A Hora e Vez” integrou a Mostra “Solos e Monólogos no CCBB”. Além de ter circulado por diversas unidades do SESC no interior, passou pelo Itaú Cultural, entre outros. Por esse espetáculo, em 2020, a Cia. foi convidada para integrar o Círculo de Debates “Memória, Acervo e Pesquisa” pelo SESC/CPT, em homenagem a Antunes Filho e a sua versão histórica de A Hora e Vez de Augusto Matraga. Em março de 2020 o espetáculo estreou no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, junto com “Como Todos os Atos Humanos”, e permaneceriam em temporada até final de maio, não fosse a pandemia interromper a ocupação, após duas semanas de sucesso de público e crítica.
Ficha Técnica:
A partir do conto “A Hora e Vez de Augusto Matraga”, de João Guimarães Rosa
Idealização: Rui Ricardo Diaz e Cia. do Sopro
Adaptação e atuação: Rui Ricardo Diaz
Direção e Figurino: Antonio Januzelli
Direção audiovisual: Léo Bertero
Assistência: Fani Feldman
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Pesquisa de Vocábulo Regional: Joaquim Dias da Silva
Estudo de Teatro Físico: Luis Louis
Produção: QUINCAS
© Agnes Guimarães Rosa do Amaral, Vilma Guimarães Rosa e Nonada Cultural Ltda.
COMO TODOS OS ATOS HUMANOS
Exibição: De 12 a 15 de dezembro
Foto: Yukio Yamashita
“Como Todos os Atos Humanos” aborda a “naturalização da violência” e leva à cena, em uma alusão inversa de Electra, uma narrativa tétrica na qual a filha, obcecada por seu pai é por ele subjugada e, ao contrário do que dita sua paixão e admiração, o extermina furando seus olhos com um estilete. Ao cometer esse “parricídio ocular”, ela termina por incidir simbolicamente no aniquilamento arquetípico do patriarcado e de toda a vigília que a redoma masculina exerce sobre a mulher.
O espetáculo “Como Todos os Atos Humanos” é construído a partir de referências plásticas de artistas como Francis Bacon, Munch, Magritte, entre outros e a partir de referências literárias de autores como Marina Colasanti, Nelson Coelho e Giorgio Manganelli. O diálogo entre esses potentes materiais é gerador de uma dramaturgia que, embebida dos respectivos universos, configura um espetáculo com traços de realismo fantástico. O texto faz uso de toda crueza, beleza e poesia que há em cada um dos autores, de modo que o material levado à cena explora a natureza da condição humana.
O espetáculo trata de forma “simbólica” do “feminino” refém do patriarcado, da violência explícita ou mesmo velada a qual a mulher vem sendo submetida ao longo da história. A peça estreou em agosto de 2016 no Teatro do Núcleo Experimental, permaneceu em cartaz por três meses em São Paulo. Com esse trabalho em 2018, a Cia. abriu a Mostra Solos Monólogos no CCBB, passou pelo Itaú Cultural na Av. Paulista e no SESC São José dos Campos. Em março de 2020 o espetáculo estreou no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, junto com o “A Hora e Vez”, e permaneceriam em temporada até final de maio, não fosse a atual pandemia interromper a ocupação, após duas semanas de sucesso de público e crítica.
Ficha Técnica Dramaturgia e atuação: Fani Feldman
Direção: Rui Ricardo Diaz
Direção audiovisual: Munir Pedrosa
Assistência de direção: Plínio Meirelles
Preparação: Antonio Januzelli
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Cenário/ Figurino: Daniel Infantini
Fotos: Agueda Amaral e Yukio Yamashita
Idealização: Cia. do Sopro
Produção: QUINCAS
MEDEA
Exibição: De 16 a 19 de dezembro
Foto: Murilo Alvesso
Medea está em depressão, o marido Jasão a deixou por outra mulher, seu filho, Tom, perdeu a fala. O desamparo dá a ela um ar que mistura poder e impotência. Suas atitudes inspiram empatia e repulsa, ambivalência que se reflete na vida real: ela se vinga da nova esposa de Jasão e mata seu próprio filho com uma faca de cozinha. Incapaz de reaver o homem que ama, ela destrói tudo o que é remotamente querido para ele, e faz isso sem se importar, tomada por uma fúria nitidamente alocada neste tempo no qual a violência é vestida por sentidos polivalentes e, no mais das vezes, empenhada com a frieza da apatia. Esta versão surpreendentemente contemporânea explora a fúria privada e subjacente de como no mundo de hoje uma mãe, alimentada pela raiva da infidelidade do marido, pode ser levada a cometer o pior crime possível.
Esta Medea leva à cena a obra de um dos mais ousados dramaturgos europeus contemporâneos, com sua versão deste clássico grego. Mike Bartlett, ao adaptar este clássico grego, transporta o território e a realidade originais da Grécia antiga a um terreno suburbano localizado em um conjunto habitacional britânico, análogo aos bairros que bordejam as áreas centrais de cidades grandes ao redor do mundo. E o faz não por mera similaridade, nem tampouco para assegurar a fruição do espectador com artifícios referenciais deste tempo, mas para tratar de matérias próprias da contemporaneidade, sem que, por conta disso, perca de vista o alicerce mitológico que respalda sua obra. Não há, portanto, uma simples atualização, Bartlett reloca o mito ao presente e se desvia do tecido dramático original, revelando, desse modo, particularidades imprevistas, rumores inéditos e problemáticas exclusivas do modus operandi deste nosso tempo.
Ficha Técnica
Texto: Mike Bartlett
Tradução: Diego Teza
Idealização: Fani Feldman e Cia. do Sopro
Direção: Zé Henrique de Paula
Fani Feldman (Medea), Daniel Infantini (Jasão), Juliana Sanches (Pam), Maristela Chelala (Sarah), Plínio Meirelles (Andrew) Bruno Feldman (Nick Carter) e David Uander (TOM)
Preparação: Inês Aranha
Trilha Original: Fernanda Maia
Assistência de direção: Marcella Piccin
Iluminação: Fran Barros
Cenário: Bruno Anselmo
Figurino e visagismo: Daniel Infantini
Direção audiovisual, montagem e fotografia: Murilo Alvesso| Câmeras - Murilo Alvesso, Jorge Yuri e Ju Lima | Edição e finalização: Jorge Yuri I Assistente de direção: Ju Lima Som Direto - Tomás Franco | Assistênica de câmera e Grafismos - João Marcello Costa | Produção Audiovisual - Assum Filmes
Concepção do projeto: Fani Feldman e Bruno Feldman
Produção: Quincas e Cia. do Sopro
Direção de Produção: Fani Feldman e Rui Ricardo Diaz
Assistente de Produção: Laura Sciulli
MOSTRA CIA. DO SOPRO
Temporada: De 08 a 19 de Dezembro
Local: Canal do Youtube da Cia do Sopro
Ingressos: Gratuito
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