Após uma curta temporada no novo espaço do grupo, peça ganha apresentações gratuitas
Foto: Edson Kumasaka
A remontagem do premiado espetáculo “Nossa vida não vale um Chevrolet”, de Mário Bortolotto, marcou a reinauguração da nova sede do grupo Cemitério de Automóveis na Bela Vista. Agora a peça tem quatro novas apresentações gratuitas no Teatro Alfredo Mesquita, em Junho.
“Nossa vida não vale um Chevrolet” foi encenada pela primeira vez no dia 30 de março de 1990, em Londrina, no Paraná. A estreia paulistana do trabalho aconteceu como parte da Mostra Cemitério de Automóveis, que esteve em cartaz no Espaço Cênico Ademar Guerra, no Centro Cultural São Paulo.
Mário Bortolotto recebeu o Prêmio Shell de Melhor Autor do ano de 2000 por esse texto e, no mesmo ano, recebeu o Prêmio APCA de Melhor Autor pelo Conjunto da Obra. O espetáculo participou da edição de 2001 do Porto Alegre Em Cena e da edição de 2002 do Festival Internacional Palco e Rua de Belo Horizonte. A obra esteve em cartaz pela última vez em 2008.
A Trama
Foto: Edson Kumasaka
O espetáculo acompanha quatro irmãos que precisam lidar com a morte do pai e suas consequências em um meio onde não se é possível confiar em ninguém. Os quatro filhos do ladrão de carros Osvaldo Castilho não parecem ter um rumo certo na vida. Enquanto a única mulher, Magali, vive como stripper e tem um relacionamento com o mau caráter Gomes, os irmãos Monk e Lupa seguem roubando carros.
O mais novo do bando, Slide, sem dom para o crime, tenta aproveitar a oportunidade de se tornar um lutador de rua. Enquanto isso, a solitária Silvia se envolve com cada um dos homens da família Castilho. A precariedade em que vivem os personagens é menos uma condição social do que um estado de espírito. Solidão, busca de afeto, marginalidade e outros temas recorrentes na dramaturgia de Mário Bortolotto estão presentes em Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet.
40 anos de Cemitério de Automóveis
Foto: Edson Kumasaka
Reconhecido como num núcleo consistente de produção teatral, o grupo Cemitério de Automóveis foi indicado ao 31º Prêmio Shell em 2018, em categoria especial, honrado pela manutenção de um espaço de produção artística e resistência cultural na cena alternativa.
O espetáculo “Nossa vida não vale um Chevrolet” faz parte da mostra de repertório que comemora essas quatro décadas de trabalho, que ainda contará com as peças “Killer Joe”, de Tracy Lets; “Oeste Verdadeiro”, de Sam Shepard; e um espetáculo inédito dirigido por Bortolotto, ainda em fase de pesquisa dentro de uma proposta de intercâmbio estrangeiro. As datas de estreia dos demais trabalhos ainda serão divulgadas.
Foto: Edson Kumasaka
A comemoração ainda prevê outras atividades a serem realizadas ao longo de 2022. Entre elas, estão um ciclo de leituras dramáticas, uma mostra audiovisual que revisita obras cinematográficas produzidas a partir dos textos de Mário Bortolotto; oficinas de teatro; a publicação de um fanzine em quatro edições especiais; e a criação de um podcast com debates e entrevistas.
Todas essas atividades e a reabertura da sede do grupo em novo endereço só foram possíveis graças ao projeto “Submersivos - Um Mergulho Nos 40 Anos do Grupo Cemitério de Automóveis”, contemplado pela 37ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura.
Ficha Técnica:
Texto, direção, sonoplastia e iluminação: Mário Bortolotto
Elenco: Carcarah (Lupa), Rebecca Leão (Sílvia), Eldo Mendes (Monk), Daniel Sato (Slide), Alexandre Tigano (Love), Debora Stérr (Magali), Paulo Jordão (Guto), Ian Uviedo (Suruba)
Cenário e Figurino: Grupo Cemitério de Automóveis
Operação técnica: Ademir Muniz
Operação de Sonoplastia: Pablo Perosa
Fotografia: Edson Kumasaka
Programação visual: João Pirolla
Assessoria de imprensa: Bruno Motta Mello e Verônica Domingues – Agência Fática
Produção executiva: Carcarah
Direção de Produção: Isabela Bortolotto e Paula Klaus - Baleia Mecânica
NOSSA VIDA NÃO VALE UM CHEVROLET
Temporada: De 02 a 05 de Junho
Horário: Quinta a Sábado, às 21h | Domingo, às 19h
Local: Av. Santos Dumont, 1770 - Santana
Ingressos: Gratuitos | Retirada na bilheteria com 01 hora de antecedência
Classificação: 16 anos
Duração: 70 minutos
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