Artistas paraenses estreiam peça com temática LGBTQIA+
- Tadeu Ramos
- 19 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
O espetáculo é idealizado pelo Coletivo Achados e Perdidos, formado por artistas paraenses residentes em São Paulo

Foto: Elza Cohen
O Coletivo Cultural Achados e Perdidos, idealizado pelo artista paraense Igor Moura, está em fase de montagem do seu primeiro espetáculo inédito, intitulado Lírio e o Andarilho. O Coletivo foi premiado pela Lei Aldir Blanc, em São Paulo, o que possibilitou desenvolver o trabalho de autoria própria.
A dramaturgia foi idealizada em 2018, poucos meses antes de o artista mudar para a capital paulista, durante a disciplina de dramaturgia, ministrada pela professora Wlad Lima, no curso técnico em ator da Escola de Teatro de Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA). Um dos exercícios da disciplina era anotar os sonhos que os alunos tinham durante a noite. “Comecei a escrever tentando criar conexões entre os símbolos e personagens que os sonhos traziam e criar contextos com as poesias que eu já escrevia”, conta Igor.

Foto: Elza Cohen
Em meio às várias reflexões nascidas no exercício da escrita, Igor começou a pensar sobre as simbologias das flores. Não à toa a maioria das personagens possuem nomes floridos: Antúrio, Margarida, Rosa, e o protagonista, Lírio. Feminicídio, patriarcado e saúde mental são temas que convergem, no espetáculo, a partir de um eixo central: os estereótipos de gênero e a força de uma vivência não-binária e suas relações familiares. Em meio a falas com bastante lirismo, o protagonista se questiona sobre gênero, padrões e sexualidades.
Durante o processo, os atores, todos paraenses e residentes em São Paulo atualmente, participaram, no último semestre de 2020, de uma vivência teatral, intitulada Meu Corpo Amazônida. A intenção foi trazer para o trabalho uma metodologia que pudesse desvendar potencialidades dos artistas ao utilizar, por exemplo, o tecnobrega como uma ferramenta para trabalhos corporais, os rios da bacia amazônica e a floresta como estética na encenação e pesquisa. Igor, que também assina a direção do espetáculo, trabalhou com os atores, a Dramaturgia Pessoal do Ator, pesquisa da professora Wlad Lima, para costurar toda a experimentação.
Desenvolvido em meio a uma pandemia, o Coletivo precisou de adaptações. "O espetáculo foi produzido em um esquema de encontros híbridos, com ensaios presenciais e online até fevereiro deste ano, mas devido aos aumentos de casos, preferimos encontrar uma forma de trabalhar cada um em sua casa, o que também tem sido uma grande novidade para todos nós. Mesmo assim, ressalto que em todos os encontros presenciais a equipe foi testada para Covid 19”, afirmou o idealizador.
O teatro do Centro Cultural da Diversidade, primeiro espaço público de cultura do Brasil voltado diretamente para produção cultural e educação LGBTQIA+, abraçou a proposta e, devido às normas de segurança e combate ao Coronavírus, vai transmitir o espetáculo por meio de seu perfil no Instagram.
FICHA TÉCNICA:
Realização: Coletivo Cultural Achados e Perdidos
Direção, Dramaturgia e Produção : Igor Moura
Provocadora Cênica: Manfrin Manfrin
Elenco: Caio Quaresma, Nihannah Metralha, Valéria Lima, Renan Coelho, Ivy Garcia e Léo
Lima.
Preparação Vocal: Léo Lima.
Sonoplastia: Ivy Garcia
Preparação corporal: Nihannah Metralha
Visualidade: Kevin Braga
Concepção de Luz: Renan Coelho
Assessoria de comunicação e Design: Cardim Marketing Design
Fotografia: Elza Cohen
Apoio: AP32, Alexandre Cruz e Centro Cultural da Diversidade.
Lírio e o Andarilho
Apresentação: Dia 19 de Junho
Horário: às 19h
Local: Instagram do Centro Cultural da Diversidade
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