Espetáculo retrata a amizade entre os escritores Franz Kafka e Max Brod
Foto: Lenise Pinheiro
O escritor Franz Kafka (1883-1924) é um dos grandes nomes da literatura universal. Grande parte da sua obra veio a público após a sua morte. E isso só foi possível graças a um outro escritor: Max Brod (1884-1968). Foi a ele que Kafka confiou seus escritos numa demonstração de confiança. Essa amizade entre os dois escritores é a inspiração de “Um beijo em Franz Kafka”.
Kafka e Brod são vividos, respectivamente, por Maurício Machado (que recebeu em 2019 o prêmio nacional de melhor ator por sua performance como Kafka - Prêmio Nacional Cenym (ATEB - ACADEMIA DE ARTES NO TEATRO DO BRASI) e por Anderson Di Rizzi (que também foi indicado como melhor ator coadjuvante no mesmo prêmio – onde seu último trabalho na TV foi a novela de enorme sucesso “A Dona do pedaço” de Walcyr Carrasco na TV Globo).
A dramaturgia tem a assinatura de Sérgio Roveri, a direção é de Eduardo Figueiredo, com a participação do ator/bailarino, Thiago Pach, e música ao vivo interpretada por Ricardo Pesce no acordeon e piano, que faz referências criativas à obra de Kafka.
Foto: Lenise Pinheiro
Kafka publicou em vida poucos de seus contos. Alguns deles foram “O veredito”, em 1913, e “A metamorfose” (que viria a tornar-se sua mais célebre obra), em 1915. Quando confiou seus escritos a Max Brod, Kafka fez a ele um pedido: que tudo fosse destruído. Tal incumbência foi expressamente feita numa carta endereçada a Brod – uma das muitas que o autor gostava de destinar ao amigo.
Max e Kafka se conheceram quando cursaram Direito, e o primeiro não demoraria a reconhecer o valor literário dos escritos do amigo. A recomendação de destruir tudo deve ter sido uma verdadeira (e crucial) escolha para Brod, que optou por não realizar o pedido do amigo. Tal decisão possibilitou às gerações seguintes conhecer obras-primas da literatura como “O processo” e “Na colônia penal”. Essa última obra, ainda que sob o verniz da ficção, é o testemunho de um ambiente que o escritor conheceu bem.
Foto: Lenise Pinheiro
Tanto que a peça faz, através de sua dramaturgia, esse recorte na vida de ambos. O encontro entre eles dá-se dias antes de Kafka ser internado num sanatório na Áustria. E isso permite a ambos fazerem uma série de reflexões acerca da vida, da vocação literária – que Kafka chegaria a chamar de “seu chamado”—e, claro, do elo que os unia: a amizade.
E a narrativa é entremeada de referências e de citações aos escritos de Kafka, sejam eles sua ficção ou as muitas cartas trocadas por ele com variados interlocutores. Outros elementos são usados para ilustrar a riqueza psicológica desse escritor. O bailarino Thiago Pach personifica, num segundo plano, alguns dos personagens e pensamentos do escritor. Já a trilha original, criada por Guga Stroeter e Matias Capovilla, é executada ao vivo por Ricardo Pesce, que se divide entre o piano e o acordeom.
Foto: Lenise Pinheiro
Do século XX aos dias atuais, Franz Kafka inspirou, através de sua obra, muitos indivíduos a fazerem da escrita um meio de expressão. Homens e mulheres no mundo todo. Podemos citar como exemplos nomes como o franco-argelino Albert Camus, o francês Jean-Paul Sartre, além do português José Saramago e dos latino-americanos Vargas Llosa e Gabriel Garcia Márquez – tendo este sido agraciado com o Nobel de Literatura. No Brasil, podemos citar Clarice Lispector e, mais recentemente, João Ubaldo Ribeiro e Ruben Fonseca.
Mas foi Max Brod o primeiro – ou um dos primeiros, melhor dizendo – a reconhecer no amigo sua vocação para criar histórias geniais. E essa relação foi construída não só tendo por pilar o gosto pela literatura. Foi fundamentada também por valores como lealdade e generosidade. Valores dos quais muitos andam distantes nesses tempos de cizânia e intolerância.
Prêmio Nacional Cenym (ATEB - ACADEMIA DE ARTES NO TEATRO DO BRASIL) / melhor ator (Maurício Machado) – 2019
10 Indicações Prêmio Nacional Cenym (ATEB - ACADEMIA DE ARTES NO TEATRO DO BRASIL) – 2019
Prêmio de “Reconhecimento Popular” RJ – Melhor dupla de atores em cena/ Figurino e Maquiagem - 2019
Indicação do Prêmio Bibi Ferreira – 2019 (melhor cenário)
Indicado ao prêmio Shell de Teatro – 2018 (melhor figurino)
Indicado ao prêmio Aplauso Brasil – 2018 (melhor espetáculo/ 2018)
Ficha Técnica
Texto: Sérgio Roveri
Direção: Eduardo Figueiredo
Elenco: Anderson Di Rizzi e Maurício Machado
Músico: Ricardo Pesce
Bailarino: Thiago Pach
Direção Musical e Trilha Original: Guga Stroeter e Matias Capovilla
Preparação corporal e movimento cênico: Roberto Alencar e Renata Aspesi
Cenário e figurinos: Kleber Montanheiro
Visagismo/maquiagem: Armando Filho
Boneco e máscaras: Anie Welter
Desenho de Luz: Paulo Denizot
Fotografia: Priscila Prade
Programação Visual: Vitor Vieira
Assistente de Direção: Alex Bartelli
Estagiária de Direção: Mariana Amâncio de Sousa
Produção Executiva: Paulo Travassos
Assistente de Produção Executiva: Vinícius Marques
Administração: Paulo Paixão
Financeiro: Thaiss Vasconcellos
Leis de Incentivo: Renata Vieira
Consultoria Teórica: Prof. Sênior Pós-Doutora Celeste H. M. Ribeiro de Sousa - Programa de Pós-Graduação em Língua Alemã – USP
Realização e produção: manhas & manias projetos culturais
Produção Local Belo Horizonte: Little John Entretenimento
UM BEIJO EM FRANZ KAFKA
Temporada: De 06 a 09 de Outubro
Horário: Quinta a Sábado, às 21h | Domingo, às 20h
Local: Rua Josef Kryss, 318 - Barra Funda
Ingressos: Compre aqui
QUINTA - FEIRA
Plateia Premium: R$ 60,00
Plateia Vip: R$ 50,00
Mezanino: R$ 40,00
Mezanino Visão Parcial: R$ 30,00
SEXTA E SÁBADO
Plateia Premium: R$ 80,00
Plateia Vip: R$ 70,00
Mezanino: R$ 60,00
Mezanino Visão Parcial: R$ 50,00
DOMINGO
Plateia Premium: R$ 70,00
Plateia Vip: R$ 60,00
Mezanino: R$ 50,00
Mezanino Visão Parcial: R$ 40,00
Duração: 70 minutos
Classificação: 12 anos
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