Obra circense tem equipe e elenco compostos somente por pessoas preta
Foto: Mariana Ser
Bate-papos, documentário artístico e minidocumentário sobre a passagem de um grupo composto por 25 artistas pretos que apresentou o espetáculo Prot{agô}nistas no palco do Theatro Municipal integram o projeto CIRCULAÇÃO PROT{AGÔ}NISTAS – Circulação e Conversa, apoiado pelo 1º Fomento à Cultura Negra da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O projeto tem direção e idealização de Ricardo Rodrigues.
A programação, remota e gratuita, é composta por exibições virtuais do documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência, que traz cenas do espetáculo Prot{agô}nistas e depoimentos dos artistas participantes da obra; bate-papos Estou aqui - O lugar ocupado pelo artista negro e sua representatividade na cena cultural paulista, compostos por um dos artistas do espetáculo Prot{agô}nistas, mais um convidado especial relacionado às lutas antirracistas e antiopressão e um artista, também do elenco do espetáculo, que terá vídeo curto exibido ao público fazendo alguma intervenção artística circense (malabares, parada de mão, perna de pau, etc); e exibição do mini documentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal, que conta como foi uma equipe de 25 artistas pretos ocuparem artisticamente um dos principais palcos da cidade.
As datas de exibição, bem como os links para as redes sociais dos espaços culturais que recebem o projeto em suas redes estão listadas no fim do texto. Seguem informações sobre cada segmento de PROT{AGÔ}NISTAS – Circulação e Conversa:
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Bate-papo Estou aqui - O lugar ocupado pelo artista negro e sua representatividade na cena cultural paulista e exibição do minidocumentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal
Estão agendadas quatro bate-papos compostos por pessoas associadas a lutas antiopressão e antirracista que estarão acompanhadas, virtualmente, por algum integrante do elenco de Prot{agô}nistas. Cada integrante foi selecionado de acordo com a região que vive para que ela seja a mesma do espaço cultural que recebe essa ação. Essa escolha se justifica para que cada artista possa associar mais sua trajetória pessoal às dificuldades de acesso que serão abordadas na conversa.
As participações confirmadas nas conversas até agora são da deputada estadual Erica Malunguinho (25/6, sexta-feira, 17h), do ativista Henrique André (27/6, domingo, 18h), de Adriana Arcebispo, da Família Quilombo (1º/7, quinta-feira, 20h) e do jornalista Miguel Arcanjo Prado (8/7, quinta-feira, 19h). Após cada bate-papo, haverá exibição do mini-documentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal, que reúne cenas e depoimentos dos artistas de Prot{agô}nistas, que passaram pelo palco do Theatro Municipal em 2019.
"Não podíamos deixar de registrar a dificuldade de uma produção cultural 100% preta adentrar os palcos do Theatro Municipal. Muitos dos artistas - e também o público que nos assistiu - foi ao espaço pela primeira vez na vida. A importância também estava na plateia se sentir verdadeiramente convidada e se ver representada no palco", conta Ricardo.
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Documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência
Criado para a abertura do Festival Internacional de Circo (FIC 2019) e apresentado no Theatro Municipal e São Paulo, o espetáculo Prot{agô}nistas reúne 25 artistas pretos da música, teatro, circo e dança com o objetivo de trazer para a cena a contemporaneidade desses diferentes pensamentos artísticos, estéticos e políticos. A peça, criada como uma celebração à produção negra paulistana, circulou em alguns espaços de São Paulo, como o Sesc Pompeia e Galeria Olido, antes de ser interrompida devido à pandemia do novo coronavírus.
Enquanto aguarda por um momento oportuno para retomar as sessões presenciais, o idealizador e diretor da obra, Ricardo Rodrigues, junto com os parceiros de núcleo Renato Ribeiro, Mariana Per e Washington Gabriel, apresentam agora um formato diferenciado que instiga o público a voltar quando a temporada estiver nos teatros físicos. Trata-se do documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência, que reúne trechos de Prot{agô}nistas e depoimentos dos artistas que participaram da obra.
Segundo Ricardo, a obra ressalta a potência da produção artística preta da cidade. O artista conta que escolheu e convidou por conta própria cada um dos 25 artistas que compõem a obra. "Alguns são artistas independentes, outros já fazem parte de grupos e coletivos. Eu os conhecia tanto da minha relação pessoal quanto como espectador. Convidar pessoas a integrar um trabalho com assuntos tão inerentes ao seu próprio ofício e trajetória foi muito potente. Cada 'sim' merece uma história", diz Ricardo Rodrigues.
Nos documentários, as cenas de Prot{agô}nistas são oriundas tanto dos registros em vídeo feito das apresentações presenciais do trabalho quanto de trechos gravados por alguns dos artistas especialmente para o documentário. "A proposta dessa obra é que todos os integrantes tenham protagonismo, então nossa edição documental privilegia a qualidade técnica dos registros que já tínhamos e dos que foram feitos durante a pandemia, com todos cuidados e com equipe reduzida", diz Ricardo.
As cenas da obra se misturam aos depoimentos de alguns dos artistas que integraram o elenco do espetáculo. A edição propõe que o assunto abordado com os artistas entrevistados se conecte com a cena artística que será exibida na sequência. Alguns dos assuntos destacados nos depoimentos são os desafios e problemas sociais graves a que a população preta ainda está exposta, como a solidão, o genocídio preto e também sobre um levante por meio de uma nova perspectiva de futuro e a articulação conjunta, a organização e o aquilombamento em tempos tão difíceis.
"Em cada cena do espetáculo, um dos artistas tem seu protagonismo. Essa perspectiva ainda faz parte do documentário artístico, mas é também uma espécie de complemento ao trabalho cênico, um aviso ao público sobre o que ele vai encontrar quando vier nos assistir ao vivo", adianta Ricardo.
Sobre Ricardo Rodrigues
Ator, Diretor e Circense. Fundador da Cia Solas de Vento, que desde 2007 experimenta a linguagem teatral aliada às técnicas de circo, dança e audiovisual. Idealizador do coletivo Prot{agô}nistas, que estimula a produção de arte contemporânea de seu aquilombamento de artistas.
Realizou parcerias com Circo Zanni, Cia Baião de Dois, Cia Armárias, Núcleo enxame de Circo, Cia Diálogos Acrobáticos, Cia Linhas Aéreas, Núcleo Artérias de Dança, Duo Éos, Circo Fractais, Trupe Koskovsky, Acrobático Fratelli, Circo Mínimo, Circo Vox, Circo Nosotros, Central do Circo e foi artista selecionado pelo Cirque du Soleil como ”Acrobata Aéreo” e “Ator Físico”.
Atualmente é docente da cadeira de Humor na SP Escola de Teatro e está em cartaz no teatro do CCBB com o repertório da Cia Solas de Vento para o público infanto juvenil.
Programação - Serviço
Minidocumentário Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal | Exibição | Duração: 12 minutos | Livre
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Bate-papo Estou aqui - O lugar ocupado pelo artista negro e sua representatividade na cena cultural paulista | Duração: 60 minutos | Livre
Dia 25/06, sexta, às 17h - Local: YouTube Protagonistas Convidada: Erica Malunguinho. Educadora e agitadora cultural. Mestra em Estética e História da Arte. Tornou-se a primeira deputada estadual trans eleita no Brasil, em 2018, com mais de 55 mil votos no estado de São Paulo pelo PSOL. É titular da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais da Assembleia Legislativa do estado. Nascida no Estado de Pernambuco, vive em São Paulo há 17 anos. Antes de entrar na política institucional, trabalhou na educação de crianças e adolescentes, com ampla atuação na formação de professores. Erica é conhecida por ter parido, na região central da cidade de São Paulo, um quilombo urbano de nome Aparelha Luzia, território de circulação de artes, culturas e políticas pretas, visível também como instalação estético-política, zona de afetividade e bioma das inteligências negras.
Silvana de Jesus. É arte educadora e bailarina há mais de 20 anos. Atuou na Cia Ivaldo Bertazzo, Cia Antônio Nóbrega de Dança. Ministrou aulas em projetos sociais, centros culturais. Hoje é educadora na Escola de Dança de São Paulo e dança no Batakerê, Gumboot Dance Brasil e Protagonistas. Intervenção Artística
Tatilene Santos. Atriz e artista circense. Em sua formação, esteve no Projeto Escola, Circo da Barra, Projeto Aprendiz de Circo e Escola Galpão do Circo, onde atualmente exerce a função de professora. No circo, especializou-se em aéreos.
Dia 27/06, domingo, às 19h - Local: Facebook do CCJ Cachoeirinha
Convidado: Henrique André. Designer gráfico, formado na Faculdade Cruzeiro do Sul. Henrique é um artista afrofuturista orgânico que busca inspiração no cotidiano e na ancestralidade. Membro do Coletivo O futuro é Preto, voltado para ações de tecnologia, inovação, educação e cultura usando como base e objeto de trabalho o Afrofuturismo. Em 2014, lançou seu primeiro livro, Lembrança de Memórias Esquecidas e em 2019, Alágbará: O Sonho, uma obra afrofuturista.
Verônica Santos. Bailarina, coreógrafa, diretora de movimento, atriz, diretora da Corpórea Companhia de Corpos. Intervenção Artística
Guilherme Awazu. Artista circense, pesquisador das pernas de pau, artista e fundador da Cia Baião de Dois, para além do caminhar.
Dia 1º/07, quinta, às 20h - Local: Facebook Teatro Flávio Império
Convidada: Adriana Arcebispo - Família Quilombo. O canal Família Quilombo foi idealizado pelo casal Adriana Arcebispo e Josimar Silveira que juntamente com o filho Akins (9 anos) e a filha Dandara (5 anos) usam as redes sociais para tratar de afetividade, criação de filhos e relações familiares a partir de sua experiência de família preta na diáspora. O resultado é um conteúdo que contribui para a naturalização desta imagem de família, historicamente negada e desincentivada cotidianamente. Rafael Oliveira. Bailarino formado pelo Núcleo Luz, instrutor de capoeira formado pelo Mestre Mauro. Intérprete na Cia Gumboot Dance Brasil, no Projeto Prot{agô}nista e diretor do Núcleo Iêê.
Intervenção Artística Zanza Santos. Circense e bailarina, é a contorcionista do espetáculo Prot{ago}nistas, integrou o circo de Ébanos e está na montagem do espetáculo As Amazonas.
Dia 08/07, quinta, às 19h - Local: Facebook CC Grajaú
Convidado: Miguel Arcanjo Prado. Mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA, da qual foi vice-presidente. Está entre os melhores jornalistas de Cultura do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Abril, Band e UOL. Dirige o Blog do Arcanjo e o Prêmio Arcanjo. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e faz o Podcast do Arcanjo.
Munique Costa. Bailarina, Gumboozeira, Coreógrafa e Educadora. Membro da comunidade Zumbiido e idealizadora do Projeto Colocar de Pé. Intervenção artística Helder Vilela. Formado em Educação Física, ex-aluno e ex-professor da Escola Nacional de Circo onde se especializa em diversas técnicas e modalidades circenses. Trabalhou em grandes circos na Europa, na África e no Brasil, dentre eles, o Cirque du Soleil (em 2019) como protagonista do espetáculo COSMOS, com turnê até 2020 pelo Mediterrâneo com o solo de Aerial Straps.
Documentário artístico Estar Vivo é Nossa Maior Resistência
Duração: 40 minutos | Livre
Dia 09/07, sexta, às 20h - Teatro Flávio ImpérioDia 10/07, sábado, às 15h - CEU Jambeiro (Exibição: YouTube Protagonistas)Dia 11/07, domingo, às 17h - CC Grajaú
Dia 17/07, sábado, às 19h- CCJ Cachoeirinha
Dia 18/07, domingo, às 19h - CCN Jabaquara
Fichas técnicas:
Vídeo Ser Prot{agô}nistas no Theatro Municipal, de Cassandra Mello Registro: Cassandra Mello, Lucio Telles, Maria Lia e Noelia Nájera Imagens adicionais FIC 2019: Renner Torres Fotos: Cassandra Melo, Mariana Ser e Noelia Najera Concepção e Direção: Ricardo Rodrigues Assistência de Direção: Renato Ribeiro e Washington Gabriel Iluminação: Danielle Meirelles Sonorização: Alline Casini e Marcos Silva Chefe de Palco e Circo: Hilton Esteves Figurinos: Mariana Per, Ojire Ventura, Agatha Per e Pamela Amy
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