Pedro Ruffo publica semanalmente um vídeo ensinando um pouco a língua e sua experiência como aluno e professor.
O projeto nasceu da necessidade de ajudar aqueles alunos que pretendem prestar vestibular e, devido a pandemia, tiveram os seus estudos prejudicados, ou aqueles que querem aproveitar o tempo extra para dar uma revisada e aprofundada nos temas antes das provas.
No canal, é possível conferir vídeos sobre literatura, análise de obras, dicas de redação, gramática e muitos outros assuntos, com informações essenciais para quem quer ter um bom resultado nos vestibulares, sempre com um tom descontraído, e fácil de acompanhar. Além disso, o canal conta com quadros de entretenimento que brincam com as questões do uso cotidiano do português.
O Canal Tadeu Ramos bateu um papo com o Pedro Ruffo. Confira abaixo:
- Como foi a decisão de iniciar um canal no Youtube?
Sempre quis me arriscar em uma plataforma social, mas não sabia qual. Achava que tinha uma maneira didática, dinâmica e bem humorada de explicar conteúdos de língua portuguesa. Com isso, nasceu a ideia de produzir conteúdo. A pandemia fortaleceu esse desejo e cá estou.
- Você sempre quis ser professor?
De certa forma, sempre! Acredito que por muito tempo esse desejo tenha ficado reprimido. A fama da carreira de professor é muito banalizada. Com medo, decidi fazer jornalismo. Depois de formado nas duas graduações, pensei: fama por fama, vou fazer aquilo que eu amo!
- Você acha que os conteúdo online podem ajudar a melhorar o aprendizado?
Sem dúvida alguma! A escola é insubstituível e, hoje, temos certeza disso. Mas, de fato, o conteúdo online pode auxiliar demais na educação. Se forem ágeis, dinâmicos, acessíveis e atuais, podem ser muito potentes! Há um pouco de show! Meu lado ator permite brincar muito com esse personagem “professor Pedro”.
- Como você lidou com o período de isolamento social no campo de ensino?
Foi extremamente desafiador. Não pelo ensino remoto. Tenho facilidade com plataformas digitais. Já sou de uma geração de professores que se forma pensando diariamente no hibridismo e nas diferentes plataformas! O desafio vem com os fatores externos que interferem na aprendizagem. Não são todos que conseguem acompanhar. Nem todos têm acesso. Essa distância entre professor e aluno cria um abismo muito grande na aprendizagem! Com diversos ícones na tela, não existe mais dúvida, cara de “ué!?”... a leitura do aluno em sala de aula não existe no ensino remoto.
- Você acha que o teatro pode ser usado também como uma ferramenta pedagógica?
Com toda certeza! Nada mais envolvente que um texto literário bem interpretado. Dos textos podem sair grandes encenações também. Ultimamente, os alunos têm produzido videoaulas. Você trabalha oralidade, performance... Fora que o professor, como já disse, é um personagem. E tem que ser! Caso contrário, ficamos chatos e reclamões. O cara não precisa ser um palhaço, um showman, mas é claro que atrai. Essa figura do “professor erudito” está um pouco datada já! Os alunos bocejam. É aquele personagem do Classicismo que as pessoas não conseguem mais compreender e acompanhar. Língua Portuguesa não é uma matéria tranquila para muitas pessoas! Eu uso o teatro, a atuação e a dramaturgia a meu favor. Antes de ser professor, eu sou um artista!
- Pode indicar duas leituras que são suas favoritas pra gente?
Gosto demais de Truman Capote. Romance de não-ficção. “A Sangue Frio“ é, sem dúvida, meu livro favorito. Ultimamente, estou envolvido com “A Vida Secreta dos Escritores”, de Guillaume Musso. Tenho achado bem interessante.
Formado em Letras pelo Instituto Singularidades e Jornalismo pela PUC-SP, Pedro Ruffo tem Mestrado pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Língua Portuguesa da PUC-SP. É professor de duas escolas privadas de São Paulo. Passou pela E.E. Martim Francisco e pelo Cursinho Popular Clarice Lispector (USP-Farmácia). Trabalha com Educação desde 2015 e seu objeto de estudo engloba a intertextualidade bakhtiniana na literatura infanto-juvenil. Dedica-se a estudar, também, as "fake news" e os impactos desta na opinião pública.
Além de professor e jornalista, Pedro é ator e seus últimos espetáculos foram: o musical "ELTON - the first 70 years" (2017), dando vida ao protagonista, Elton John; o drama de Federico García Lorca, "A Casa de Bernarda Alba" (2016-2018), indicado ao Prêmio Belas Artes; a comédia "A Caixa" (2018) e a comédia "Manjar dos Deuses" (2016-2019). Recentemente, participou do vídeo “O crush de cada signo”, do canal Deboche Astral.
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