"Teias" discute mudanças, questionamentos e descobertas para o público pré-adolescente
Foto: Aya Matsusaki
Em “A infinita Fiadeira” Mia Couto traz a história de uma aranha que produz teias, milhares delas, mas não lhes dá utilidade - quando indagada pela mãe, ela responde que faz as teias por arte e não por instinto. Inspirado no conto do escritor moçambicano e partindo da premissa de criar relações sem necessariamente atribuir significados e propósitos, o grupo ÁTona estreia temporada virtual de Teias.
Estão previstas também duas oficinas - “Encontro com a pré-adolescência pelo olhar somático” e “A literatura como estímulo sensível para criações teatrais” - as informações de inscrição e participação estarão disponíveis nas redes do grupo ÁTona.
Voltada ao público pré-adolecente (dos 9 aos 13 anos), Teias traz questionamentos típicos dessa idade (como “quem eu sou?” ou “o que se espera que eu seja?”), por meio de esquetes cênicas inspiradas no conto de Mia Couto. As três artistas criadoras em cena - Aya Matsusaki, Michelle Cavalcanti e Susanna Oliveira - se revezam nos papéis de seres humanas e aranhas, ora uma desempenha um papel de aranha, de pré-adolecente, ou de mãe, e assim por diante.
O espetáculo mistura cenas gravadas anteriormente, com intervenções ao vivo (virtualmente) das atrizes. O formato da peça é justamente pensando nesse público, com cenas curtas, de um minuto mais ou menos, em cenários coloridos que representam os quartos típicos dos pré-adolescentes - que trazem tanto as preferências típicas como fotos dos artistas preferidos ou brinquedos que ainda não foram totalmente abandonados. A iluminação é de Cristina Souto e a cenografia é de Débora Oelsner.
Para ampliar as sensações provocadas pela peça, serão disponibilizados aos interessados 50 kits que trazem objetos explorados na peça - como uma bala mencionada por certo personagem, o sabonete que tem um determinado aroma, a brincadeira de barbante ‘cama-de- gato’... O kit é gratuito, e o interessado deve apenas pagar pelo frete.
Teias é uma peça audiovisual, que ao mesmo tempo em que narra a trajetória de uma aranha que não se encaixa no mundo dos bichos e nem no mundo dos humanos, traz cenas que representam jovens e suas indagações. Assim, o paralelo criado pelo grupo é a transição entre infância e juventude que é repleta de incertezas, medos e transformações. A criação multimídia ficou a cargo de Bruno Peixoto.
Frame de Teias, na foto as atrizes Susanna Oliveira e Aya Matsusaki | Foto: Aya Matsusaki
Observando o movimento Como aconteceu nos outros espetáculos do grupo, o trabalho parte do estudo do corpo e dos movimentos. O foco em Teias é a pesquisa do movimento e as fáscias, que é um sistema corporal com aparência semelhante a uma teia de aranha. Dessa forma, a peça é criada em três pilares: o que é científico, o que é poético e o que é relato. A trilha sonora é original, composta por Daniel Scandurra.
O projeto é contemplado pelo Edital PROAC 05/2020 Produção e Temporada de Espetáculos Inéditos para o Público Infanto-Juvenil no estado de São Paulo.
Ficha Técnica
Direção: Ana Noronha
Artistas criadoras: Aya Matsusaki | Michelle Cavalcanti | Susanna Oliveira
Criação multimídia: Bruno Peixoto
Iluminação: Cristina Souto
Trilha Sonora: Daniel Scandurra
Cenografia: Débora Oelsner
Figurino: Paula Yuki
Assessoria: Canal Aberto
Produção Executiva: Corpo Rastreado - Graci Diniz e Grupo ÀTona
TEIAS
Temporada: De 02 a 17 de Outubro
Horário: Sábados e Domingos, às 11h e 15h
Local: Canal do Youtube do Grupo ÀTona
Ingressos: Gratuito | Reserve aqui
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