Espetáculo é um diálogo com a cidade e seus habitantes e traz à cena atores, músicos, bonecos e poesia
Foto: Letícia Godoy
Uma ode ao teatro. É assim que a Cia. Mungunzá de Teatro apresenta seu primeiro trabalho concebido para a rua. Com direção de Rogério Tarifa, anonimATO volta a se apresentar no centro de São Paulo, dessa vez na Praça da Artes. Em um cortejo de 100 metros em linha reta, o espetáculo, uma homenagem ao fazer teatral, reúne 15 artistas em grandes instalações.
O espetáculo também é o primeiro musical do grupo paulistano, já que quase todos os textos foram musicados, além de contar com uma banda em cena. Para isso, anonimATO conta com direção musical e trilha sonora original de Carlos Zimbher. A junção de palavra e canto, uma das marcas da direção de Rogério Tarifa, teve o trabalho de Lucia Gayotto e Natália Nery na direção vocal interpretativa e composição musical do coro.
Foto: Letícia Godoy
Idealizado inicialmente para debater o anonimato, a montagem de anonimATO foi se transformando ao longo dos ensaios até chegar com foco no ato e nas manifestações. No espetáculo oito personagens, figuras anônimas de uma cidade grande, são convocados de várias maneiras para um ato e se encontram nessa caminhada.
Os oito personagens – a mãe, a mulher-árvore, a vendedora de sonhos, o homem-placa, o pipoqueiro, o trabalhador, o homem que é "todo mundo" e a mulher que é "ninguém" – representam a multidão presente no ato e vão se transformando durante a caminhada. Para o diretor Rogério Tarifa o espetáculo tem um tom fabular a partir do momento que o ato vai se teatralizando. “anonimATO fala sobre a retomada do teatro como lugar de encontro após dois anos de pandemia. Nesse trecho de 100 metros são apresentadas muitas metáforas sobre o acontecimento teatral”, explica ele.
Já o ator Marcos Felipe conta que após Epidemia Prata, o último espetáculo da Cia. Mungunzá de Teatro, que apontava vários problemas sociais e a dureza das pessoas, a ideia com anonimATO é trazer para a cena mais esperança e utopia. “A montagem é um ponto de virada do grupo, pois saímos do seguro e adentramos em outras camadas de poesia. A Mungunzá junto com o Rogério Tarifa tenta descobrir o que é parir e matar o Teatro”.
Ficha Técnica:
Direção – Rogério Tarifa. Argumento – Pedro das Oliveiras. Dramaturgia – Verônica Gentilin. Textos (base para dramaturgia) – Elenco, Rogério Tarifa e Verônica Gentilin. Elenco – Fabia Mirassos, Léo Akio, Lucas Bêda, Marcos Felipe, Paloma Dantas, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto e Virginia Iglesias. Direção Musical e Trilha Sonora Original – Carlos Zimbher. Direção Vocal Interpretativa e Composição Musical do Coro – Lucia Gayotto e Natália Nery. Corpo de trabalho (butô) – Marilda Alface. Colaboração Cênica – Luiz André Cherubini. Banda – Daniel Doc (guitarra), Flávio Rubens (clarinete, sax e rabeca), Nath Calan (percussão e bateria), João Sampaio (substituto - guitarra) e Luana Oliveira (substituta - bateria). Pré-produção Musical – Daniel Doc. Figurinos – Juliana Bertolini. Assistente de Figurino – Vi Silva. Costureiras – Celeni Viana, Francisca Lima, Cissa Carvalho e Lucita. Construção Figurino Inflável – Juan Cusicanki. Cenografia – Fábio Lima, Lucas Bêda, Luiz André Cherubini e Zé Valdir. Adereços e Bonecos – Zé Valdir. Operadores de Som – Guilherme Christiano. Contrarregras – Fábio Lima, Mariana Beda e Tony Franthesco. Poesia Gráfica (placas, carrinhos e bandeiras) – Átila Fragozo [Paulestinos]. Treinamento de Perna de Pau – Fábio Siqueira. Fotos – Letícia Godoy, Mariana Beda e Pedro Garcia de Moura. Assessoria de Imprensa – Frederico Paula [Nossa Senhora da Pauta]. Produção Executiva – Gustavo Sanna [Complementar Produções]. Produção Geral – Cia. Mungunzá de Teatro.
ANONIMATO
Temporada: De 23 de Setembro a 30 de Outubro
Horário: Sextas, às 14h | Sábados e Domingo, às 11h
Local: Praça das Artes – Av. São João, 281 – Sé
Ingressos: Gratuito
Duração: 90 minutos
Classificação: Livre
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