J.C. Serroni, Beth Accioly e Raul Teixeira, integrantes da montagem, falam de suas experiências e dos bastidores do espetáculo
Foto: divulgação | J.C. Serroni, Beth Accioly e Raul Teixeira
Em julho acontece o debate on-line sobre a encenação Gilgamesh, com os convidados: J.C. Serroni, Raul Teixeira e Beth Accioly, que falam de suas experiências sobre o processo de criação e montagem, a relação com o diretor Antunes Filho e os outros profissionais que trabalharam no espetáculo. A mediação é de Tiago Marchesano, assistente técnico na Gerência de Estudos e Desenvolvimento do Sesc São Paulo.
A atividade integra o Círculo de Debates - Memória, Acervo e Pesquisa e conta com a participação de profissionais que trabalharam nas montagens do CPT para compartilhar com o público suas memórias do processo de cada encenação. A transmissão é feita pelo canal do CPT_SESC no YouTube, com tradução em Libras. Os debates são realizados sempre que uma nova seleção de imagens e vídeos relacionados a alguma das peças do grupo é publicada no Sesc Digital dentro das Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC.
Gilgamesh - a primeira epopeia literária
A encenação, escrita pelo diretor Antunes Filho, com base no poema épico de mesmo nome, narra os feitos do mito sumério Gilgamesh, rei de Uruk (cidade da antiga Mesopotâmia), que era dois terços divino e um terço humano e passou a vida em busca da imortalidade.
A montagem estreou em 1995, no Teatro Anchieta e passou por um processo de estudo do poema para contextualização e fundamentação histórica, com a ajuda de especialistas em Mesopotâmia, a fim de evitar que os atores se perdessem em divagações. Segundo Sebastião Milaré, foi um trabalho de pesquisa e vivência para o elenco, no qual Antunes instaurou um ritual com a 'técnica do afastamento', que consistiu na narração da epopeia feita pelo elenco, que se revezou para leitura do livro sagrado após a performance da dança Dervixe.
Quanto aos meios e às técnicas teatrais aplicadas, Gilgamesh também integra a investigação cênica empreendida pelo diretor sobre o mito da imortalidade, juntamente a outro aspecto fundamental do seu método em desenvolvimento no CPT e Grupo Macunaíma: o processo junguiano de individuação, incorporado às técnicas aplicadas na formação do ator.
Para que o ritual cênico contemplasse esse processo de individuação e o mito da imortalidade, foi criada por J.C. Serroni uma cenografia, com um jogo entre a forma estética e a realidade de onde ela procede, que inclui os carros-vitrinas e elementos que surgem e desaparecem durante a cena.
Gilgamesh é o sétimo espetáculo a integrar as Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC, série de registros de figurinos, imagens de cena, materiais gráficos de montagens, entre outros itens do acervo, disponíveis na plataforma Sesc Digital. Lá o público pode conferir também as coleções de Antígona (2005), Medéia (2000) e Medéia 2 (2001), Fragmentos Troianos (1999), Xica da Silva (1988), A Hora e Vez de Augusto Matraga (1986) e A Pedra do Reino (2006).
Sobre os convidados
J.C. Serroni é arquiteto especializado em teatro, atuando como cenógrafo e figurinista desde 1976. Realizou quase 200 cenografias para teatro, ópera, dança, shows e musicais. Foi um dos coordenadores da cenografia da TV Cultura (1977-1984), consultor na área de teatro da Funarte (1984-1989) e coordenador do Núcleo de cenografia do CPT (1987-2005). Recebeu diversos prêmios no Brasil e exterior, entre eles quatro Prêmios Moliére e, em 1995, a Golden Triga na Quadrienal de Praga. Publicou livros de arquitetura teatral, cenografia e figurino. Criou e coordena o Espaço Cenográfico de S.P. desde 1997, além de ser um dos fundadores da SP Escola de Teatro, onde coordena os cursos de cenografia, figurino e técnicas de palco.
Raul Teixeira é coordenador do curso de sonoplastia da SP Escola de Teatro. Foi realizador das trilhas sonoras do grupo Macunaíma – CPT (Centro de Pesquisa Teatral), sob a direção de Antunes Filho durante 32 anos e trabalhou na criação de trilhas sonoras e técnica de som de consagrados espetáculos, com diretores e atores de teatro como Fernanda Montenegro, Andréa Beltrão, Antônio Fagundes, Jorge Takla e João Falcão. É diretor artístico do Teatro do Colégio Santa Cruz. Viajou como sonoplasta e produtor para mais de 30 países, com participações em Festivais Internacionais de Teatro. É Mestrando orientado pelo Prof. Dr. Fábio Cintra em Pedagogia do Teatro na ECA/USP.
Beth Accioly é produtora com mais de 30 anos de experiência em diferentes linguagens: teatro, cinema, exposições e televisão. Trabalhou na VideoFilmes com produções de longas e curtas-metragens e documentários ao lado dos diretores Eduardo Coutinho, Sérgio Machado, Karim Aïnouz e Walter Salles. Na Rede Globo, trabalhou no núcleo de Guel Arraes. No teatro, trabalhou com artistas como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto e Eva Wilma. Em sua trajetória no CPT, participou das montagens Trono de Sangue, Vereda da Salvação, Nova Velha Estória e Foi Carmen. Em Gilgamesh, foi assistente de direção de Antunes Filho e responsável pela adaptação do texto, roteiro e produção do espetáculo.
CÍRCULO DE DEBATES – MEMÓRIA, ACERVO E PESQUISA: GILGAMESH
Com J.C. Serroni, Raul Teixeira e Beth Accioly
Apresentação e Mediação: Tiago Marchesano
Dia 20 de julho de 2021, às 18h.
Atividade on-line no canal do Youtube da Sesc Digital
Classificação: livre
GILGAMESH - Coleções e Acervos Históricos do CPT_SESC
Figurinos, objetos de cena, materiais gráficos em coleção digital que apresenta o acervo do espetáculo Gilgamesh, montado em 1995 pelo CPT, com direção de Antunes Filho.
[disponível na plataforma Sesc Digital]
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