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Cia. Teatro Independente encena o espetáculo "Pá de Cal (Ray-lux)", de Jô Bilac, no Itaú Cultural

Espetáculo dirigido por Paulo Verlings trata da terceirização das relações – até das familiares – no mundo contemporâneo.

Foto: Paula Kossatz


Com quase 16 anos de trajetória, a Cia. Teatro Independente desembarca em São Paulo com seu novo trabalho, Pá de Cal (Ray-Lux), escrito por Jô Bilac e dirigido por Paulo Verlings. O espetáculo, que já passou por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, tem apresentações gratuitas no Itaú Cultural.


A peça cria uma discussão sobre como terceirizamos as relações sociais, inclusive as mais próximas, no mundo contemporâneo. O elenco conta com Carolina Pismel, Leonardo Netto, Kênia Bárbara, Orlando Caldeira e Pedro Henrique França.


Na trama, o filho mais jovem de uma família cometeu suicídio e suas irmãs mandaram representantes legais para a reunião que definirá o destino do pai daquele núcleo e da mãe do morto, que é uma antiga empregada da casa – esta, por sua vez, também mandou um porta-voz para representá-la. Por motivos óbvios, o jovem morto também não está presente no encontro, mas é representado por uma pessoa com quem conviveu em terras estrangeiras.


Foto: Paula Kossatz


Toda a ação se passa na casa onde mora o patriarca da família, imóvel disputado por todas as partes. Conflitos inesperados emergem a partir dessa reunião, e, com o passar do tempo, as relações entre o pai e seus filhos – representados – se revelam aos espectadores cada vez mais límpidas e latentes. Além do suicídio e da terceirização das relações, a peça discute questões como a culpa e a ausência de afeto. “Pá de Cal fala essencialmente da natureza do diálogo dos encontros. O espetáculo não é o espelho da sociedade, mas pretende justamente quebrá-lo, o que nos permite permear caminhos poéticos e carnais. O humor e a tragédia são traços que nos identificam não só como grupo, mas revelam uma identidade que reflete os paradoxos do nosso país, da nossa sociedade, da vida”, comenta o dramaturgo Jô Bilac.


Em cena, como os personagens são representantes das pessoas daquela família, a dramaturgia sugere algo parecido com a constelação familiar, um tipo de psicoterapia, na qual as pessoas devem “interpretar” o papel de outras pessoas de seu cotidiano, para que assumam o ponto de vista delas sobre determinadas situações.

“A ideia surgiu intuitivamente. Minha mãe havia feito constelação familiar e a forma que descrevia a situação se correlacionava diretamente com o que eu estava pesquisando dentro do espetáculo: o desdobramento da ideia/palavra/sentido da ‘representatividade’. Essa terapia é uma experiência singular, não é teatro, mas existem lugares de representação, contracenação, atmosfera, algo semelhante ao que o teatro evoca”, comenta Jô Bilac.

No título do espetáculo, o termo “pá de cal” refere-se a um assunto desagradável de se discutir; e “Ray-lux” trata do nome de uma urna funerária tão cara quanto o valor de um automóvel.


Ficha Técnica

Dramaturgia: Jô Bilac

Direção: Paulo Verlings

Diretora Assistente: Mariah Valeiras

Direção de Produção: Paulo Verlings

Elenco: Carolina Pismel, Leonardo Netto, Kênia Bárbara, Orlando Caldeira e Pedro Henrique França

Cenário: Mina Quental

Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni

Figurinos: Karen Brusttolin

Visagismo: Rafael Fernandez

Direção Musical: Rodrigo Marçal e João Mello da Costa

Direção de Movimento: Toni Rodrigues

Programação visual: André Senna

Argumento: Paulo Verlings e Jô Bilac

Idealização: Paulo Verlings

Assessoria de imprensa: Pombo Correio


PÁ DE CAL (RAY-LUX)

Temporada: 7 a 10 de abril

Horário: Quinta a Sábado, às 20h | Domingo, às 19h

Local: Avenida Paulista, 149, Bela Vista

Ingressos: Gratuito | Reserve aqui

Capacidade: 224 lugares

Classificação: 12 anos

Duração: 75 minutos


Todas as apresentações contarão com interpretação em Libras.

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