Espetáculo teve a criação baseado nos livros de Andrew Solomon e Byung Chul-Han
Foto: Mayra Azzi
Chroma Key é o resultado de uma pesquisa iniciada em 2018, com direção de Eliana Monteiro e dramaturgia de Angela Ribeiro. Em cena, os atores Rafael De Bona e Ricardo Henrique vivem um homem cindido em um circuito incansável em torno de si, que articula questões, em isolamento, sobre pilares sociais, trabalho, dinheiro, família e o modo como atua no mundo.
Segundo Eliana Monteiro, a peça exibe a trajetória de um homem com um reservatório cheio de violência e opressão. Ao revisitar determinados pontos da sua vida, vão surgindo em sua estrutura fissuras, trincas, rachaduras até se deparar com a ruína. Nesse mergulho, ele tateia sua ideia de masculinidade ou ao menos olha para o lado de fora. “No processo, nós questionamos e problematizamos essa identidade masculina, nos aproximando de seus medos, fragilidades, incapacidades e violência”, coloca a diretora.
No enredo, esse homem vive em descompasso e procura resistir à dissolução de seus desejos. Realidade, memórias, inseguranças e afetos se misturam.
O espetáculo une algumas questões que lançam o personagem em sua trajetória: a estrutura patriarcal nociva à masculinidade, a experiência de solidão profunda vivenciada nos últimos dois anos com o isolamento social e o objeto de estudo durante o processo de criação, especificamente: a depressão como sintoma social.
Foto: Mayra Azzi
Pesquisa
Dois livros foram essenciais para guiar os primeiros passos dos estudos e orientar os experimentos cênicos para a criação de uma dramaturgia em processo: “O Demônio do Meio-Dia - Uma Anatomia da Depressão”, de Andrew Solomon, e “Sociedade do Cansaço”, de Byung Chul-Han. Combinadas a essa abordagem, em 2019, a convite do Sesc Avenida Paulista, o projeto deu um passo a mais ao participar do Processos Abertos, ação destinada à aproximação do público com os trabalhos de pesquisa e criação na área teatral, por meio da realização de oficinas de direção, atuação, dramaturgia e vídeo. Parte da residência, o projeto também trouxe olhares de profissionais como Maria Rita Kehl e Peter Pál Pelbart para rodas de conversa. “Toda essa vivência contribuiu para o trabalho, trouxe um avanço na pesquisa e gerou novas questões para o desenvolvimento do espetáculo”, revela Eliana Monteiro.
Em meio ao processo de finalização da dramaturgia, a pandemia revelou novos elementos em relação ao tema, com os impactos e as consequências do isolamento social. “A experiência da solidão profunda elevou a altos níveis a depressão como sintoma social. Assim, foi incontornável a necessidade de dialogar com essa circunstância que nos atravessa diariamente, mais forte do que nunca”, finaliza a dramaturga Angela Ribeiro.
Ficha Técnica
Direção: Eliana Monteiro
Dramaturgia: Angela Ribeiro
Dramaturgismo e Assistência de Direção: Bruna Menezes
Atuação: Ricardo Henrique e Rafael De Bona
Design de Vídeo: Bruna Lessa
Trilha Sonora: Erico Theobaldo
Produção Executiva: Leonardo Monteiro
Idealização: Ricardo Henrique e Rafael De Bona
Apoio: Teatro da Vertigem
CHROMA KEY
Temporada: De 28 de Janeiro a 27 de Fevereiro
Horário: Quinta a Sábado, às 21h | Domingo, às 18h*
Local: Sesc Av. Paulista - Av. Paulista, 119 - Bela Vista
Ingressos: R$ 15,00 (meia e credencial plena) | R$ 30,00 (inteira) | Compre aqui
Duração: 60 minutos
Classificação: 18 anos
*Dia 17 de fevereiro, quinta-feira, a sessão será acessível.
Dia 23 de fevereiro, quarta-feira, haverá uma sessão especial, às 21h
O que preciso saber antes de comprar um Ingresso:
Pessoas com mais de 12 anos deverão apresentar comprovante de vacinação contra COVID-19, evidenciando DUAS doses ou dose única para ingressar em todas as unidades do Sesc no estado de São Paulo.
O comprovante pode ser físico (carteirinha de vacinação) ou digital e um documento com foto.
O uso da máscara é obrigatório durante toda sua permanência na Unidade.
Será necessário apresentar seu ingresso com QR Code na entrada da atividade.
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