Criação coletiva propõe uma reflexão sobre o tempo e as diferentes formas de senti-lo
Foto: Divulgação
Com 12 anos de pesquisa em dança e artes do corpo, a Antônima Cia. de Dança investiga a noção de tempo a partir de diferentes percepções e conhecimentos em seu novo trabalho, intitulado Desvio para o Azul. O espetáculo passa pela Fábrica de Cultura Vila Curuçá, pelo Centro Cultural da Juventude e pelo Teatro João Caetano. A obra tem direção de Adriana Nunes, que também está em cena ao lado das outras intérpretes-criadoras Camila Miranda, Isadora Prata e Naíra Gascon.
Desvio para o Azul é uma é uma obra sobre o tempo, um olhar para as diferentes formas de senti-lo e uma tentativa de subvertê-lo. Para lidar com uma questão tão complexa, a companhia investiga esse conceito a partir de várias áreas do conhecimento, como a física, a geografia, a literatura e a filosofia.
O próprio nome do trabalho é uma referência a um conceito da física que explica como uma duração é percebida de acordo com a distância e como o tempo está diretamente ligado ao conceito de energia/movimento, e intrinsecamente ligado à ideia de espaço.
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Outra metodologia importante usada pelo grupo nesse processo é o aprofundamento da escuta. As artistas apostaram em experiências de trocas e partilhas com outros artistas, pequenas entrevistas sobre como anda a relação das pessoas com seu tempo e deambulações pela cidade de São Paulo.
Um dos pontos de partida para esse processo foi o livro “Walkscapes – O Caminhar como Prática Estética” (2002), do autor italiano Francesco Careri, que inspirou a companhia a realizar longas caminhadas por São Paulo. A partir dessas derivas pela cidade, as criadoras começaram a se questionar sobre como se colocar numa relação com o tempo diferente da que se tem cotidianamente, como diminuir simbolicamente as distâncias entre as periferias e o centro da cidade; e como estabelecer vínculos entre seus corpos e os espaços percorridos.
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A partir de todas essas pesquisas, a companhia passou a refletir: “O tempo é relativo, é curto, é metafórico, é histórico, está em falta, está sobrando, é inevitável, é acontecimento, é memória, é projeção e pode ser sintoma de desigualdade. Como é a relação com o tempo de um morador da periferia, que gasta muitas horas em deslocamentos, em comparação a um morador do centro, que mora perto do trabalho?”.
Assim, na dança, antes de propor todas essas reflexões, as intérpretes começam convidando o espectador a se colocar num outro tempo, longe da pressa e da efemeridade, para então mergulhar no universo da memória, nas projeções para o futuro e nas reflexões sobre como estamos vivendo o tempo do presente.
Ficha Técnica:
Direção: Adriana Nunes
Intérpretes Criadoras: Adriana Nunes, Camila Miranda, Isadora Prata e Naíra Gascon
Trilha Sonora: Lello Bezerra
Técnica de Som: Carol Andrade
Iluminação: Lúcia Galvão
Montagem de luz e operador substituto: Felipe Stucchi
Figurino: Anna Luiza Marques e Odete Ezequiel
Fotos de divulgação: Antônima Cia de Dança
Fotos das apresentações: Christian Von Ameln
Identidade Visual: Bruno Sperança e Marcos Fellip Sales
Gerenciamento de Mídia Social: Bruno Sperança e Marcos Fellip Sales
Consultoria em Marketing: Marcela Fecuri
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Produção: Cotiara Produtora (Ana Elisa Mello e Samya Enes)
Desvio para o Azul faz parte de um projeto contemplado pelo Edital de Apoio a Projetos Culturais Descentralizados de Múltiplas Linguagens, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
DESVIO PARA O AZUL
Temporada: de 11 a 25 de Junho
Ingressos: Gratuito | Distribuídos uma hora antes de cada sessão
Classificação: Livre
Duração: 60min
Dia: 11 de junho, às 15h
Fábrica de Cultura Vila Curuçá (zona leste)
Rua Pedra Dourada, 65 - Jardim Robru
Dias: 18 e 19 de junho, às 19h30
CCJ – Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (zona norte)
Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 - Vila dos Andrades
Dias: 24, 25 e 26 de Junho | Sexta e Sábado, às 21h | Domingo, às 19h
Teatro João Caetano – zona sul
Rua Borges Lagoa, 650 - Vila Clementino
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