O ingresso é 1kg de alimento
Ao chamar de “A Pane” seu conto (depois transformado em teatro), Dürrenmat não estava só pensando na falha mecânica de um Jaguar, que leva o protagonista a uma situação inesperada. A pane também diz respeito a este nosso mundo, repleto de imperfeições e catástrofes, de falhas da Justiça, de culpas e desculpas. Dürrenmat é daqueles autores que divertem e dão o que pensar.
A situação é inusitada. Um jogo em que octogenários juristas aposentados encenam suas antigas ocupações e, como diz o juiz anfitrião, agora não mais presos “a formas, protocolos, leis e todo o entulho inútil dos tribunais”. Neste jogo eles enredam um próspero representante comercial. Qual o seu crime? Não importa: “crime é algo que sempre se pode encontrar”.
Ao brincar de tribunal, os personagens nos fazem questionar o conceito de justiça, o sistema de Justiça, e este nosso mundo “de inocentes com culpa e culpados sem culpa”. A encenação reúne atores de várias gerações, para falar, não de uma história antiga, mas de “uma história ainda possível”, como o autor a qualifica.
Após uma suspensão de quase dois anos em razão da pandemia, o espetáculo volta com força total, mostrando a intensidade e alegria de fazer arte desse potente elenco de atores de terceira idade que representam a história do nosso teatro!
Foto: Ronaldo Gutierrez
Sobre o autor
Dürrenmatt (Konolfingen, 5 de janeiro de 1921 — Neuchâtel, 14 de dezembro de 1990) foi um escritor suíço. Embora possua grande fama por sua obra como dramaturgo foi também um prolífico contista e romancista.
Politicamente ativo, o autor escreveu dramas vanguardistas, profundos romances policiais, e algumas sátiras macabras. Um de seus principais bordões era: "Uma história não está terminada até que algo tenha dado extremamente errado".
Como Brecht, Dürrenmatt explorou as vertentes do teatro épico. Suas peças visavam envolver o público a um debate teórico, e não somente ser entretenimento puramente passivo.
Quando tinha 26 anos, sua primeira peça, "Está Escrito", (em alemão "Es steht geschrieben"), estreou causando grande controvérsia. A história da peça se passa em torno de uma batalha entre um cínico obcecado pelo sucesso e um religioso fanático que leva as escrituras ao pé da letra, tudo isto acontecendo enquanto a cidade em que vivem está cercada. A noite de estréia da peça, em abril de 1947, causou confusão e protestos por parte do público.
Na década de 50, com o conto "A Pane", chegou ao que muitos consideram o auge de sua capacidade estilística e narrativa. Morreu em 1990, considerado como um dos grandes narradores e dramaturgos de sua geração.
Foto: Ronaldo Gutierrez
Ficha Técnica:
Texto: Friedrich Dürrenmatt
Tradução: Diego Viana
Direção: Malú Bazán
Elenco: Antonio Petrin, Cesar Baccan, Heitor Goldflus, Julio Assa, Oswaldo Mendes e Roberto Ascar
Concepção cenográfica: Anne Cerutti e Malú Bazán
Figurino: Anne Cerutti
Assistente de figurino e cenário: Adriana Barreto
Cenotécnico:Douglas Caldas
Desenho de luz: Wagner Pinto
Música Original: Dan Maia
Operador de luz: Gabriel Greghi
Operador de som: Silney Marcondes
Contrarregra: Márcio Polli
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Visagismo: Dhiego Durso
Programador Visual: Rafael Oliveira
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Assistente de Produção: Rebeca Oliveira
Assistente de Produção: Beatriz Nominato
Co-Produção: Kavaná Produções
Produção e Realização: Baccan Produções
PANE
TEMPORADA TEATRO JOÃO CAETANO
Quando: De 04 a 13 de Março
Horário: Sexta e Sábado às 21h | Domingo 19h
Ingresso: 1kg de alimento
Local: R. Borges Lagoa, 650 - Vila Clementino
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 432 lugares
TEMPORADA TEATRO ARTHUR AZEVEDO
Quando: De 18 a 26 de Março
Horário: Sexta e Sábado às 21h | Domingo 19:00.
(No dia 24/03 - quinta-feira haverá uma apresentação às 21h00).
Ingressos: 1kg de alimento
Local: Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 349 lugares
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