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A MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, anuncia sua 8ª edição

A evento segue com ações que contam com a participação de artistas nacionais e internacionais

Foto: Simon Gosselin


A MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo apresenta a programação de sua oitava edição, que acontece em junho de 2022, e marca a volta de suas ações presenciais – em 2021, todas as atividades aconteceram de forma on-line. Neste ano, serão três montagens internacionais, sete espetáculos nacionais, três estreias nacionais e uma internacional e uma ampla grade de oficinas, debates e conversas ao longo dos dez dias de atividades. A abertura será no teatro do Sesc Pinheiros, com o espetáculo Estádio (Stadium), com texto de Mohamed El Khatib e concepção de Mohamed El Khatib e Fred Hocké.


A oitava edição da MITsp tem apresentação do Ministério do Turismo, Itaú, Sabesp e Secretaria Municipal de Cultura, realização da Olhares Instituto Cultural, ECUM Central de Produção, Itaú Cultural, Sesc SP, Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Secretaria Especial da Cultura - Ministério do Turismo e correalização do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Goethe-Institut São Paulo, Consulado-Geral da França em São Paulo e Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.


Esta edição marca a retomada da MITsp no formato presencial, ainda que reduzida. “Uma vontade de estar vivos, pulsando, atuantes”, diz Antonio Araujo, diretor artístico e parceiro de Guilherme Marques, diretor geral de produção, ambos idealizadores da Mostra. “Estamos felizes com a retomada da MITsp, com trabalhos presenciais, embora esta seja uma edição mais concisa, nos limites do que foi possível trazer em um tempo pós-pandemia. Mas são espetáculos que seguem a ideia primeira da Mostra de trabalhos com radicalidade no ‘pensar a cena’”, diz Antonio Araujo. Em 2022, o evento mantém as programações de seus quatro principais eixos: Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr - Plataforma Brasil.


As três estreias nacionais mostram a pesquisa de expoentes da cena artística brasileira: História do Olho - Um Conto de Fadas Pornô Noir, de Janaina Leite; Antes do Tempo Existir, de Andreia Duarte e Um Jardim Para Educar as Bestas, de Eduardo Okamoto. O diretor argentino Lisandro Rodríguez e o dramaturgo brasileiro Alexandre Dal Farra estão juntos na estreia internacional Tragédia e Perspectiva 1 - O Prazer de Não Estar de Acordo, com produção da MITsp.



Mostra de Espetáculos


Estádio (Stadium - 2017) | Mohamed El Khatib | França

Foto: Yohanne Lamoulère


Duração: 110 min

Recomendação: 10 anos

Local: Teatro Sesc Pinheiros


Ator, diretor e dramaturgo, Mohamed El Khalib escreveu Estádio colocando lado a lado a plateia do futebol e do teatro. Considerada formidável pelo jornal Le Monde, a peça se desenrola em dois tempos de 45 minutos, como em um jogo de futebol. Originalmente criado com uma plateia formada por torcedores de um time francês, os dois encenadores procuram evocar na cena as emoções de uma partida e contam histórias de seus torcedores. “O espetáculo é sobretudo o teatro de uma comunidade...E essa comunidade está longe de ser homogênea: ao contrário da imagem dada pelos torcedores, que tendemos a considerar uma massa quando não frequentamos os estádios, ela se desdobra no cenário em toda a sua diversidade, e se torna humana, encarnada por pessoas que nunca pensariam em se encontrar um dia em um teatro, e a quem Mohamed El Khatib oferece a oportunidade única de aparecer como eles são”, escreveu Brigitte Salino para o jornal Le Monde.


O Martelo e a Foice (Le Marteau et la Faucille - 2019)| Julien Gosselin | França

Foto: Simon Gosselin


Duração: 60 min

Recomendação: 14 anos


O solo dirigido por Julian Gosselin, O Martelo e A Foice, a partir do texto de Don DeLillo, conta a história de um ex-comerciante poderoso que agora vive em uma prisão ao lado de outros presos também influentes. São ex-financistas ou negociantes de arte, que ganharam muito dinheiro em crimes de “colarinho branco”. Um monólogo sobre posse e perda, sonhos e ausência de esperança. Interpretado por Joseph Drouet, ele nos coloca diante de uma imensa visão do vazio contemporâneo. “É este mundo, onde nada mais faz sentido e onde o grotesco impera, que Julien Gosselin decidiu trazer ao palco. Apresenta Joseph Drouet, um ator tão sóbrio quanto magistral...(ele.) Leva-nos a um turbilhão que ecoa o absurdo, a irracionalidade e a profunda angústia com que DeLillo reveste nosso mundo contemporâneo, que pode sacudir catástrofes opacas e indecifráveis”, escreveu o site Theatre Contemporain.


Vale da Estranheza (Uncanny Valley | 2019) | Rimini Protokoll | Alemanha

Foto: Gabriela Neeb


Duração: 60 minutos

Recomendação: livre


Em outro solo presente na mostra, Vale das Estranhezas, da companhia de teatro Rimini Protokoll, uma figura aparentemente humana está sozinha no palco e faz pequenos movimentos de mãos e cabeça. Esse robô faz uma palestra escrita por Stefan Kaegi, em colaboração com Thomas Melle, coloca algumas questões que reverberam em nosso tempo: quanto controle temos em nossas vidas? O que nos diferencia dos robôs? Se eliminarmos a incerteza da vida, o que nos resta? Sobre a peça Sam Williams, do site Frieze escreveu: “A produção abraça essa qualidade freakshow, lançando o voyeurismo empático do teatro contra o voyeurismo ocular que se liga ao robô, que aponta para o público”.


História do Olho - Um Conto de Fadas Pornô-noir (2022) | Janaína Leite | Brasil

Foto: Cacá Bernardes


Duração: 180 min. – com intervalo

Recomendação: 18 anos


Entre as estreias, um dos destaques é Janaína Leite que desenvolve há alguns anos a pesquisa sobre pornografia. História do Olho - Um Conto de Fadas Pornô-noir, é uma livre adaptação de História do Olho, de Georges Bataille. A diretora investiga a relação entre teatro e pornografia, tema recorrente em seus últimos espetáculos, nos quais a pornografia é reivindicada como uma arte cênica. Mesclando ficção e não ficção, a peça segue a estrutura do livro para contar, em cenários de contos de fadas, a história de três adolescentes em suas descobertas sexuais. Sobre a pesquisa da diretora, o pesquisador Luiz Fernando Ramos, da USP, disse sobre seu trabalho: “As obras de arte são a vida pulsando e o risco que esta pulsação assume. Pressupõem a coragem de olhar e ver, e voltar para dizer e apresentar dizendo e mostrando. Janaina Leite explora regiões profundas, como espeleologistas, astronautas, mergulhadores e microbiologistas. Navega também, como poeta, no acaso da investigação que se faz fazendo, em perdas e ganhos, tropeços e sustos patéticos.”


Antes do Tempo Existir (2022) | Andreia Duarte e Denilson Baniwa, Kenia Dias, Lilly Baniwa e Ricardo Alves Jr. | Brasil

Foto: Ricardo Alves Jr


Duração: 80 min.

Recomendação: livre


A criação coletiva de artistas indígenas e não indígenas, Antes do Tempo Existir, busca a memória longínqua dos povos originários e um diálogo entre as variadas existências no planeta. O trabalho é um desdobramento dos conceitos apresentados em O Silêncio do Mundo (2020), cuja palestra-performance com Ailton Krenak, o crítico Antonio Hohlfeldt, do Jornal do Comércio, descreveu como: “Mas como explicar um espetáculo tão profundamente emocionante e criativo quanto ‘O Silêncio do Mundo’, segundo a concepção de Andreia Duarte e de Ailton Krenak? Aquela rede artesanal estendida por sobre a cabeça dos intérpretes, a simplicidade de Ailton e a dedicação de Andreia emocionaram a todos que ali estivemos. Efetivamente, foi como se, naquela noite, estivéssemos todos reunidos em torno do fogo original, a ouvir o ruído do passado que o silêncio do presente pretende destruir.” Neste novo trabalho coloca em evidência o tempo dilatado e aumenta as possibilidades de comunicação entre seres diversos, humanos e não humanos.


Um Jardim para Educar as Bestas (2022) | Uma criação de Eduardo Okamoto, Isa Kopelman, Marcelo Onofri e Daniele Sampaio | Brasil

Foto: Nina Pires


Duração: 55 min.

Recomendação: 12 anos


Um Jardim para Educar as Bestas, uma criação dos artistas Eduardo Okamoto, Isa Kopelman, Marcelo Onofri e Daniele Sampaio, que reescreve, de modo alegórico, A Lenda do Oleiro Saburo e da Senhora Fuyu, uma das histórias do livro Homens Imprudentemente Poéticos, de Valter Hugo Mãe. Esse duo para piano e atuação, a trama é transposta para o sertão brasileiro e dialoga com textos de Ariano Suassuna, Guimarães Rosa e Euclides da Cunha, e mistura narração, representação, movimento e música.


Tragédia e Perspectiva 1 - O Prazer de Não Estar de Acordo (2022) | Alexandre Dal Farra, Lisandro Rodríguez | Argentina, Brasil

Foto: Lisandro Rodríguez


Duração: 85 min.

Recomendação: 16 anos


O diretor argentino Lisandro Rodríguez participou da última edição da MITsp, em 2020, com a residência artística Teatro Urgente: Encontro Agonizante, que iniciou o processo de criação de Tragédia e Perspectiva 1 - O Prazer de Não Estar de Acordo. O trabalho marca seu retorno à Mostra ao lado do dramaturgo brasileiro Alexandre Dal Farra – esta é a segunda parceria dos dois artistas, que já trabalharam juntos na montagem de Abnegação III – Restos, encenada na Argentina. No espetáculo, com produção da MITsp, cinco pessoas (escolhidas durante a residência de Lizandro) se encontram em volta de uma garrafa de água. São indivíduos desencantados, como se enterrados vivos no ambiente claustrofóbico em que estão. Ali, revisam as suas posições, as suas discordâncias, mudam de posição, descobrem coisas sobre si mesmas, e sobre os outros, cometem crimes e se amam.



MITbr – Plataforma Brasil


Ancés (2017) |Tieta Macau| (CE)


Foto: Paula Barros


Duração: 45 minutos

Recomendação: livre


Ancés traça um percurso entre presença e ausência, ativando memórias não codificadas em instâncias dizíveis ou lineares. A coreografia se desenrola da linearidade greco-romana de Cronos, marcada pelas horas, para um tempo e espaço direcionado a Iroko, orixá cultuado pelo candomblé no Brasil, regido pelo tempo de imanência da ação. Percorre o tempo de evocação e articulação de memórias, que se dão entre movimento, som e palavra, rastros que compõem o presente da criação. Com isso, Tieta Macau apresenta o espetáculo como modo de pensar/inventar relações entre ancestralidade, corpo, memória e contemporaneidade, colocando a dança como possibilidade de rearticular narrativas, tornar heterogêneo o que antes era homogêneo, causar estanques, interrupções, desviar de padrões, inventar, propor novos fins e inícios.


DESPACHO DEFERIDO (2021) | Jaqueline Elesbão/Coletivo Pico Preto | BA

Foto: Liz Santana


Duração: 34 minutos

Recomendação: 16 anos


Com perspectiva afro-futurista, o solo Despacho Deferido é um convite à resistência e preservação da ancestralidade. Usando metáforas que rementem ao universo dos jogos, traz para o público negro a experiência de se imaginar como peça fundamental em um sistema que escancara o racismo e sustenta o sexismo. Estruturas são desmontadas e reconfiguradas em desobediência à lógica dominante, como reparação necessária que potencializa a virada de históricos de violências e constrangimentos. No palco, Jaqueline Elesbão interage virtualmente com rostos negros, joga capoeira com ela mesma, dança com um atabaque. Imagens de Brasília e de jogos de xadrez, dominó e sinuca são intercaladas com o objetivo de estimular reflexões sobre o imaginário, as narrativas negras e a construção do negro como o outro e consigo mesmo.


E.L.A (2019) | Jéssica Teixeira| CE

Foto: Victor Augusto


Duração: 70 minutos

Recomendação: 14 anos


No solo, a atriz Jéssica Teixeira investiga cenicamente seu próprio corpo – inquieto, estranho e disforme – e questiona de que forma ele interage com o mundo. Assumindo a personalidade Ela, em contraponto a seu corpo (Ele), Jéssica faz de seu físico uma ferramenta multifacetada (ética, política, estética), que desestabiliza e potencializa outros corpos e olhares, buscando uma visão sensível sobre a diversidade e a multiplicidade, além de uma crítica à imposição de padrões de beleza. A artista se apoia em textos teóricos (como o livro O Corpo Impossível, da pesquisadora Eliane Robert Moraes) e na sua própria biografia para criar, em cena, um misto de depoimento e cenas performáticas. Vemos, nesse trânsito narrativo, seu corpo transformar-se muitos: da diva pop ao ciborgue, até libertar-se de amarras e desembocar na selvageria.


Eles Fazem Dança Contemporânea (2019) | Leandro Souza| SP

Foto: Caca Bernardes


Duração: 40 min

Recomendação: 16 anos


Enquanto manipula uma pilha de cabelos sintéticos, o artista Leandro Sousa repete incessantemente a pergunta “Eu sou suficientemente negro para você?”, refrão de uma música do afro-estadunidense Billy Paulo. Eles Fazem Dança Contemporânea é um solo coreográfico gerado pelo emaranhamento da fala, do corpo e do objeto. Nele, o artista procura por uma cena síntese capaz de dar vazão aos dilemas, ruídos e tensões, envolvendo as presenças negras na arte contemporânea ocidental. A dança é articulada a partir de novos entendimentos sobre coreografia, dialogando com as artes visuais e a performance e se alinhando à crescente demanda por representatividade e descolonização da produção de arte e conhecimento. Leandro busca tensionar as questões da negritude, em relação aos modos eurocentrados de fazer, pensar e ver arte. Ele provoca reflexões acerca de uma lógica do “lugar específico”, pelas quais operam instituições artísticas e às quais corpos racializadas e subalternizadas são relegadas.


Fortaleza (2019) | Cia Dita| CE

Foto: Régis Amora


Duração: 40 minutos

Recomendação: 18 anos


A palavra Fortaleza traz a ambiguidade de ser o nome da capital do Estado do Ceará, na região nordeste do Brasil, e designar uma estrutura arquitetônica militar projetada para a defesa na guerra – aludindo às ideias de força e fortificação. O espetáculo da Cia. Dita remete a essas duas possibilidades, já que trabalha a partir da iconografia da cidade, por meio de fotografias que retratam os bailarinos nus diante de marcos arquitetônicos. O trabalho apresenta-se como resistência, revelando um corpo-cidade político que busca tornar possível viver na aspereza da vida urbana, ao mesmo tempo que coloca em evidência as raízes indígenas, a influência da Belle Époque e de outros fatos históricos da capital. Revela corpos periféricos e marginais, em permanente estado de guerra. Ali se inscrevem simultaneamente a violência e a delicadeza da cidade, cujo nome já traz em si a ideia de resiliência.


Há Mais Futuro que Passado - Um Documentário de Ficção (2017) | Clarisse Zarvos, Cris Larin, Daniele Avila Small, Mariana Barcelos, Tainá Nogueira e Tainah Longras | RJ

Foto: Nityama Macrini


Duração: 75 minutos

Recomendação: 16 anos


Crítica à historiografia oficial e ao poder que as narrativas hegemônicas exercem sobre a nossa visão de mundo, a peça-paletra joga luz sobre a vida e a obra de importantes mulheres latino-americanas. Como numa conferência à plateia, as três atrizes apresentam uma pesquisa sobre artistas de diferentes países da América Latina, com produções dos anos 1960 aos 1980. A partir de documentos, cartas, vídeos, gravações em áudio e canções, elas questionam a predominância de nomes masculinos e europeus como personalidades de destaque. Além disso, discutem a distância entre o Brasil e os países vizinhos e como desconhecemos aquilo que foi produzido tão perto de nós. Ao longo da narrativa, o tom de palestra do elenco (que, em cena, também opera os vídeos, o som e a iluminação) dá lugar a passagens poéticas, costurando um discurso que fricciona a ficção e o documental.


Trava Bruta (2021) | Leonarda Glück | PR

Foto: Alessandra Haro


Duração: 70 minutos

Recomendação: 18 anos


Partindo de sua experiência transexual, Leonarda Glück apresenta um manifesto cênico que propõe uma ponte e também um contraponto entre o contexto artístico e a atual conjuntura política e social do Brasil no campo da sexualidade. Sozinha em cena, a atriz e dramaturga discute a relação da cultura com a transexualidade, discorre sobre como é ser uma artista trans no país de hoje e de que forma a sociedade reage a um corpo que provoca, a um só tempo, repulsa e desejo. Para tanto, o espetáculo busca tensões entre a ficção e a realidade, costurando diversas camadas de artificialidade, como videoprojeções, efeitos sonoros, filtros de redes sociais (que modificam a aparência da atriz) e artifícios de figurino, que ora revelam, ora ocultam. São recursos que vão sendo destruídos e desconstruídos ao longo da narrativa, num constante questionamento sobre quais ficções são permitidas, quais diversidades são aceitas.



Ações Pedagógicas


Performances


ELA | Vina Amorim | MG


Parte da programação do Eixo Ações Pedagógicas, a performance de Vina Amorim parte da ideia da morte como luto, em uma sociedade estruturada pela necropolítica. A morte apresenta-se também como ponte para a travessia, como renascimento e transição. Guiada poeticamente pelo butô, a artista investiga memórias, cria imagens e busca as fissuras pelas quais surgem experiências inomináveis, que só dão conta de serem expressas quando dançadas. Desse modo, a performer se torna a curva que se desvia da norma. Ela é a travessia, é o incerto. Ela... o que fica depois da partida, o que não mente e se faz presente em cada movimento, experimentando o trânsito impregnado entre a presença e a ausência. ELA desobedece o que lhe foi dado no nascimento para ser imorredoura de todas nós.


PROcurava Ser Afetada| Efe Godoy | MG


Este experimento performático trata do afeto na infância, para falar da confiança da alma de uma criança que acredita na essência de apenas existir. Com uma pesquisa no hibridismo em suas variadas linguagens (vídeo, objeto, desenho, pintura, performance), esse ritual procura entender que podemos ser "afetadas".


Performance


Nesta performance, o indígena da Amazônia Central Emerson pergunta: O que são cartas de Amor? Quais amores nestes mundos são possíveis? Que corpos têm direito ao sentir e ao expressar este sentimento? Quem ainda escreve, quem ainda recebe cartas de Amor? Longe de respostas, a performance é um debate, que talvez vire escrita ativa e coletiva, que talvez relembre a importância do Amor e suas expressões.


AÇÕES PEDAGÓGICAS


Curadoria: Dodi Leal


As atividades foram reunidas na edição a partir do tema Afetossíntese e revelam a força afetiva da elaboração cênico-performativa para gerar vigor nutritivo nas relações existenciais-sociais. As ações tratam de pedagogias teatrais como forma de estabelecer novos parâmetros para a cena.


LABORATÓRIO DE PEDAGOGIA DA PERFORMANCE


Integrando o eixo Ações Pedagógicas da MITsp, o Laboratório de Pedagogia da Performance é um espaço dedicado ao estudo e experimentação da arte da performance a partir de matrizes do Brasil e de outros países. A programação articula estudos teóricos com realizações estéticas concretas provenientes de coletivos, movimentos, festivais e trabalhos artísticos autorais. Confira as atividades:


Performance ELA; Roda de conversa após performance; Pocket Show com Isis Broken; Pocket Show com Ayô Tupinambá.



OFICINAS


Massageaço

com Danilo Patzdorf e Isabela Laynes


Inscrição por ordem de chegada (credenciamento abre 1hora antes da atividade)


MASSAGEAÇO é um encontro para aprender e trocar massagem. O objetivo é compartilhar técnicas e saberes necessários para se aplicar um toque estruturado em situações informais. Cruzando arte com saúde, serão investigadas as causas somato-políticas que transformaram a experiência do tato em tabu ou trauma para nossos corpos ocidentalizados. Em seguida, serão vivenciadas diferentes manobras da massoterapia e seus possíveis efeitos terapêuticos na dimensão fisiológica, afetiva, ética e estética.


"daquilo que te afeta"

com Efe Godoy


Inscrição por ordem de chegada (credenciamento abre 1 hora antes da atividade)


Esta é uma vivência para conhecer as pessoas por meio do desenho. A proposta é a liberdade, resgatar um desenho de infância, sem medo de errar, sem pretensão. Brincar com a genuinidade, brincar com o fazer de verdade, e depois expressar com o corpo essa vontade.


Conferência Afetividades Cênicas

com Geni Núñez


Inscrição por ordem de chegada (credenciamento abre 1hora antes da atividade)


Nesta atividade, será discutida a monocultura dos afetos e seus efeitos na construção das relações consigo mesmo e com os demais seres. A conversa traz a importância de nomear, reconhecer e buscar formas de reparação das colonialidades. Por meio da noção de reflorestamento do imaginário e artesania dos afetos será feita a reflexão sobre outras pistas e caminhos para construção de envolvimentos mais potáveis nas diversas relações.


Oficina: Internacionalização na Prática - Módulo 2

com Wolfgang Hoffmann


A partir da elaboração de sessões de pitch, para um apresentador real, os participantes deverão identificar as metas e traçar estratégias para o seu próprio trabalho e definir a posição que querem ocupar no cenário global. Todos os participantes deverão sair desse workshop com um conjunto objetivos alcançáveis ​​para o próximo ano e uma estratégia para atingi-los. Este workshop é uma ação da MITbr: Plataforma Brasil, eixo de internacionalização das artes cênicas brasileiras da MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, com realização da Olhares Instituto Cultural e apoio do Goethe-Institut São Paulo.


ENCONTRA DE PEDAGOGIAS DA TEATRA: AFETIVIDADES DO SABER RISCAR E ARRISCAR


Inscrição por ordem de chegada (credenciamento abre 1hora antes da atividade)


A Encontra é um espaço para revitalizar as metodologias de criação teatral a partir das experiências disruptivas de saberes não hegemônicos. Serão realizadas trocas reflexivas e práticas nas quais as corporalidades se arriscam em novas possibilidades de encontrar outras formas de riscar os fazeres de espaço e de cena. A combinação de rodas com oficinas, sarau e momentos de convívio pretende instigar os afetos vetoriados pela perspectiva transfeminista de transição de gênero da área teatral: do teatro para a teatra. O objetivo é instigar novas pedagogias baseadas nos saberes trans. A programação inclui:


Encontros com Luh Maza, Aretha Sadick e Divina Valéria; Roda de conversa com Bernardo de Assis, Daniel Veiga, Gabriel Lodi e Léo Moreira Sá; Pocket Sarau com Bixarte e Julian Santos.



OLHARES CRÍTICOS


Curadoria: Julia Guimarães e José Fernando Peixoto de Azevedo


O eixo reflexivo da MITsp propõe uma discussão sobre as artes cênicas e a contemporaneidade a partir da realização de conversas com pensadores e pesquisadores de diferentes áreas, além da publicação de críticas, artigos e entrevistas.



REFLEXÕES ESTÉTICO-POLÍTICAS


Seminário - Do “ao vivo” ao vivo: teatro e imaginação, ruína e insurgências


O seminário discute a produção e as contradições da linguagem e da cultura no Brasil contemporâneo.


Aulas abertas:


“As fronteiras entre os saberes orgânicos e os saberes sintéticos”, com Nego Bispo (PI)


Saberes orgânicos são os saberes que se envolvem para compor o mundo do Ser e os saberes sintéticos são os saberes que se desenvolvem para compor o mundo do Ter.


Mesa 1: “O meu país é o meu lugar de fala”: destruição e linguagem


Com: Babalorixá Sidnei Nogueira de Xangô (SP) + João Cézar Rocha (RJ) + Silvia Viana (SP)


Mediação: Rosane Borges (SP)


Mesa 2: Elaborações do presente: políticas da morte e imaginação política


Com: Aldri Anunciação (BA) + Casé Angatu (BA) + Fabio Luís Franco (SP)


Mediação: Rosane Borges (SP)


DIÁLOGOS TRANSVERSAIS


Conversas com artistas e reflexões críticas realizadas em diálogo com o público. Convidados de diferentes campos do conhecimento lançam olhares transversais, no intuito de cruzarem as fronteiras e ampliarem as leituras das obras em foco.


PRÁTICA DA CRÍTICA


Crítica diária


Produção diária de críticas sobre os espetáculos da mostra para veiculação eletrônica (www.mitsp.org). Com: Daniel Guerra (BA), Guilherme Diniz (MG), Ierê Papá (CE/SP), Lorenna Rocha (PE) e Michele Rolim (RS - Coordenação).


CARTOGRAFIAS


Entrevistas e artigos de atravessamento sobre espetáculos da mostra para veiculação eletrônica. Acesse aqui.

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